Cidades
Maceió é a capital que mais desperdiça água tratada no Brasil, aponta estudo
Levantamento do Instituto Trata Brasil coloca a capital alagoana na pior posição entre as 100 maiores cidades do país no índice de perdas hídricas
Um estudo divulgado nesta semana pelo Instituto Trata Brasil expôs a fragilidade da infraestrutura hídrica na capital alagoana. Entre as 100 cidades mais populosas do país, Maceió lidera isolada o ranking de desperdício, registrando uma perda de 71,18% de toda a água potável produzida antes mesmo que ela chegue às torneiras.
O índice coloca a cidade na lanterna da eficiência nacional, superando municípios com históricos problemáticos como Porto Velho (RO) e Macapá (AP). Para se ter uma ideia da gravidade, a média de perda no Brasil é de 40,3%, número que já é considerado alto. Maceió perde quase o dobro da média nacional.
Na prática, os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) mostram uma realidade chocante: a cada 100 litros de água captados, tratados e bombeados na capital, apenas 29 litros são efetivamente consumidos e faturados. Os outros 71 litros se perdem no caminho.
Segundo o estudo, os “vilões” desse desperdício são velhos conhecidos da população:
• Vazamentos ocultos: Tubulações antigas, muitas de cimento-amianto, que rompem no subsolo e vazam por meses sem serem detectadas.
• Fraudes: As ligações clandestinas (gatos) e hidrômetros adulterados ou quebrados, que fazem a água ser consumida sem registro.
O cenário impõe pressão sobre a concessionária BRK Ambiental, que assumiu a operação na Grande Maceió com a promessa de universalização e modernização. O alto índice de perdas é apontado por especialistas como uma das causas da intermitência (falta de água) em bairros da parte alta.
Se o desperdício fosse reduzido para a meta nacional de 25%, o volume de água “economizado” seria suficiente para abastecer milhares de famílias que hoje sofrem com torneiras secas, sem a necessidade de captar mais recursos dos mananciais.
Meta Distante
O Marco Legal do Saneamento estabelece que, até 2034, os municípios devem reduzir as perdas para, no máximo, 25%. Com o índice atual acima de 70%, Maceió corre contra o tempo e precisará de investimentos massivos em troca de encanamentos e fiscalização para reverter esse quadro de “peneira” no abastecimento.
1. Maceió (AL): 71,18% (Pior do Brasil)
2. Porto Velho (RO): 70,50%
3. Macapá (AP): 69,68%
4. São Luís (MA): 66,08%
5. Manaus (AM): 63,96% Fonte: Instituto Trata Brasil (Dados SNIS ano-base 2023).
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