Cidades
Edufal fecha Bienal com 162 obras entregues à sociedade
Lançamentos seguiram o ritmo do maior evento cultural e literário do estado
O Quilombo Literário da 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, espaço de lançamentos da Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal), seguiu um ritmo intenso com o lançamento de 162 novos títulos. No penúltimo dia, a editora entregou mais seis obras para a sociedade com temas dos mais variados. Após a abertura do diretor da Edufal, Eraldo Ferraz, que celebrou as novas publicações, cada autor fez uma breve apresentação das suas obras.
O sorriso largo de Girlaine Santos, bibliotecária da Ufal que trabalha há mais de 20 anos na Biblioteca Central (BC), na sessão de tratamento técnico, traduzia a felicidade do momento como autora de um dos capítulos do livro A Ciência da Informação em sua multidisciplinaridade: perspectivas da mediação da informação, organizado por Roselito Oliveira, que conta ainda com outros cinco autores - alguns estudantes desde a graduação e que passaram para a pós-graduação.
“A proposta do livro foi mostrarmos o que tem sido produzido sobre a Ciência da Informação. No meu caso, trabalhei na dissertação sobre as questões ético-raciais no repositório institucional da Ufal”, explicou Girlaine. Como trabalha junto com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Ufal, ela trouxe um apanhado de quem são as pessoas, quantos brancos, quantos negros, quantos pardos; quantas pessoas trabalham a temática na Universidade e o gênero. “Quando se começou com as cotas nas universidades, a Ufal já havia dado o pontapé inicial com a questão de gênero”, lembrou.
Outros lançamentos
Além de A Ciência da Informação em sua multidisciplinaridade: perspectivas da mediação da informação, foram lançados os seguintes livros: "Já tinha gente aqui!”: políticas públicas e direito internacional dos povos indígenas, de Alessandra Marchioni (org.); Ciência aberta, divulgação científica e marketing na ciência: questões teóricas e práticas, de Ronaldo Araújo, Juliana Fachin (org.); Ciência da Informação no Brasil: pesquisadores e suas vozes, de Nelma Camêlo, Cristiane Barbosa, Fabiano Castro (org.); Da negatividade e justificação da dogmática jurídica em sua tridimensionalidade metodológica: mito e realidade, de Moezio de Vasconcellos; Gestão da informação e da comunicação em repositórios institucionais, de Ana Paula Marques.
Mais obras
Já no último domingo (9), a Edufal lançou as últimas obras do evento, num total de 162 títulos — o maior número de lançamentos da editora em uma Bienal. Durante os dez dias, a Edufal deu voz à produção acadêmica, enaltecendo os trabalhos realizados por estudantes, graduandos nas mais diversas especializações, professores e remanescentes da Universidade.
O professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal e curador da Bienal, destacou o caráter inclusivo e o alcance da edição. “Essa Bienal foi marcada pela acessibilidade e pela democratização. A quantidade de livros lançados só foi possível graças à emenda do deputado federal Paulão, que acredita na universidade pública de qualidade. Tivemos 162 títulos publicados, todos dentro do prazo, o que é um grande feito. Essa Bienal foi humanizada, acadêmica e aberta, um espaço em que todo mundo pôde participar. É a universidade pública, gratuita e de qualidade que faz a Bienal de Alagoas acontecer”, celebrou.
Na parte da tarde, abrindo o último dia de lançamentos, três obras dividiram as atenções no estande da editora. Uma delas foi Suas em Alagoas: trajetórias, conquistas e desafios, de Margarida Santos, que trouxe um conjunto de artigos escritos por ela, por outros autores e também por alunos e ex-alunos da Ufal numa proposta que pode ser considerada inédita pela ausência de publicações sobre o tema. "Não existe muita publicação sobre o assunto, por isso eu venho investindo nessa área. Se você procurar um livro sobre assistência social, dificilmente vai encontrar. E a gente espera contribuir para o campo da Assistência Social”, declarou a professora.
O reitor Tonholo representou a autora da obra Octávio Brandão: centenário de um militante na memória do Rio de Janeiro, que não pode comparecer, e comentou sobre o livro: “A obra teve agora uma revisão muito especial. Edvaldo e Iago foram para o Rio de Janeiro e fizeram uma série de entrevistas com a professora Luitgarde para reavivar esse livro, trazer uma série de coisas à memória de volta", disse ele.
Por fim, o livro Estudos da Paisagem: Modos de Operar veio para ofertar um novo olhar sobre os espaços da cidade e suas paisagens. “É um livro que se abre para reflexões e não traz tantas respostas prontas, talvez seja um livro que não traga muitos significados postos, mas que esperamos traga muita abertura de sentidos para trazer novos significados, ressignificar mesmo e experimentar vários espaços da cidade”, disse Ana Carolina, uma das organizadoras do livro.
Lançamentos noturnos
Entre os lançamentos da noite de encerramento estava o livro Amamentação e sexualidade: desvendando tabus e celebrando a conexão humana, organizado por Juliana Bento e Jovânia Marques. “O tema é muito polêmico e importante. Muitas mulheres se anulam na amamentação e esquecem de exercer sua sexualidade, como se estivessem apenas no papel de mães, quando não podem esquecer de si mesmas. A sexualidade é vida, e associá-la à amamentação é essencial, porque a mama representa tanto a sensualidade da mulher quanto uma parte fundamental de sua existência”, disse.
Por outro lado, Juliana Bento ressaltou que o livro nasceu de um recorte da pesquisa dela de doutorado. “É um tema tão relevante que ainda gera culpa e julgamento em muitas mulheres. Uma pessoa me disse hoje que sentia prazer durante o ato de amamentar, mas nunca teve com quem conversar sobre isso. Essa escuta mostra a importância de validar o tema e acolher essas experiências”, contou.
A última leva de lançamentos contou com os seguintes títulos: Ações intersetoriais para promoção da saúde na atenção primária: do planejamento à avaliação, de Keila Cristina Pereira do Nascimento Oliveira, Danielly Santos dos Anjos Cardoso (org.); Ecologia e pensamento crítico: literatura, ecocrítica e ecofeminismo, de Izabel Brandão, Laureny Lourenço, Edilane Ferreira (Org.); História recente da Universidade Federal de Alagoas: o fim dos departamentos, de Jorge Eduardo de Oliveira; Letramento discursivo e responsividade docente, de Rita de Cássia Souto Maior, Silvio Nunes da Silva Júnior; Saúde da pessoa idosa: reflexões para o cuidado integral, de Divanise Suruagy Correia, Maria das Graças Taveira, Carlos Freire de Souza (Org.); Teorias e modelos de enfermagem de médio alcance: aplicação na prática e na investigação, de Ingrid Martins (Org.).
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