Cidades

Acessibilidade no dia a dia contribui para aumentar o consumo e vendas além de realizar a inclusão de diversos grupos de pessoas na sociedade

Por Assessoria 28/10/2025 13h59
Acessibilidade no dia a dia contribui para aumentar o consumo e vendas além de realizar a inclusão de diversos grupos de pessoas na sociedade
Acessibilidade - Foto: Reprodução

Pensar em acessibilidade, normalmente imaginamos pessoas em cadeiras de rodas com dificuldades de locomoção, outras com deficiência visual ou auditiva, idosos com necessidades específicas. No entanto, a acessibilidade é muito mais: ela está presente em diversas atividades, muitas vezes de forma tão natural que passa despercebida. Um exemplo simples são os sapatos sem cadarços, que facilitam o calçar e descalçar, especialmente para pessoas com mobilidade reduzida ou dificuldades motoras, e também as crianças, em idade de aprender a ter autonomia.

Portas automáticas, comuns em estabelecimentos comerciais e edifícios públicos, permitem a passagem fácil de pessoas com deficiência física, utilizadores de cadeira de rodas ou quem transporta objetos pesados. Uma outra forma de acessibilidade são as frutas cortadas e embaladas, vendidas em lojas de conveniência e supermercados: além de tornar o consumo mais prático, beneficia pessoas com limitações motoras e aquelas que moram sozinhas e necessitam adquirir pequenas porções de alimentos para não estragar facilmente.

Será que essas possibilidades não contribuem com o aumento do consumo e de vendas? E poderiam ser priorizadas pelas empresas? Segundo a arquiteta Renata Nobile, “a acessibilidade não ajuda apenas ao grupo de pessoas que apresentam alguma limitação física ou mental, alguma deficiência, além dos idosos. Com certeza, ela representa uma tendência mundial presente em todas as áreas de atuação”.

Segundo Renata, que trabalha há mais de 10 anos com projetos arquitetônicos que incluem o olhar para a acessibilidade, “outros exemplos importantes são observados no nosso dia a dia, tais como: legendas em vídeos nas redes sociais, filmes e programas de TV, as quais tornam o conteúdo acessível para pessoas surdas ou com perda auditiva, além de serem úteis em ambientes onde o som não pode ser utilizado”, reforça.



Para a arquiteta, esse olhar para a acessibilidade deve fazer parte do cotidiano de todos os profissionais, famílias, empresas públicas e privadas. Ela explica que a não observação desse item dentro de casa, no trabalho, em projetos arquitetônicos e de engenharia podem trazer consequências desastrosas, como incidentes de quedas e machucados, por exemplo.

Os comandos por voz em telemóveis e assistentes virtuais, como a Alexa, também representam um avanço significativo — permitem controlar dispositivos, realizar pesquisas e até acionar sistemas de automação residencial, como ligar e desligar luminárias e aparelhos eletrônicos, promovendo maior autonomia e praticidade”, diz.

Na área da beleza, a marca de cosméticos Rare Beauty, criada por Selena Gomez, destaca-se pela sua preocupação com a acessibilidade: as embalagens dos produtos foram desenhadas para pessoas com limitações motoras. Esse cuidado mostra como o design pode ser inclusivo sem deixar de ser estético e funcional. No Brasil, há algumas marcas que já contam com a leitura em Braile, por exemplo, na embalagem, como a Natura.

Conceito de desenho universal

Essas soluções refletem o conceito de desenho universal, que consiste em criar produtos, espaços e serviços que possam ser utilizados por todas as pessoas, independentemente da idade, capacidade física ou condição, sem necessidade de adaptação. A acessibilidade vai muito além das rampas e dos elevadores — ela está nas pequenas inovações que tornam o cotidiano mais inclusivo, prático e confortável para todas as pessoas, finaliza a arquiteta.