Cidades
MPF e DPU cobram celeridade na desapropriação para construção do novo Complexo de Saúde Mental em Alagoas
Atraso na desapropriação põe em risco construção de complexo que substituirá antigo Hospital Escola Portugal Ramalho, essencial para o atendimento SUS no Estado

O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) reforçaram, em reunião realizada na sexta-feira (25), a necessidade de urgência no cumprimento do acordo que prevê a construção do novo Complexo de Saúde Mental, destinado à realocação do Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR), único hospital totalmente SUS na área de saúde mental em Alagoas.
O encontro contou com representantes do Estado de Alagoas, da Braskem e da Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal), e teve como foco o cumprimento do cronograma de execução do acordo firmado entre Estado e empresa na Ação Civil Pública nº 0802657-19.2024.4.05.8000.
Durante a reunião, a representante do MPF, Niedja Kaspary salientou que a demora injustificada do Estado em iniciar o processo expropriatório, se mostra irrazoável e em dissonância com a celeridade que o caso requer, considerando que se trata de um Hospital voltado ao atendimento da saúde mental de todos os usuários do SUS em Alagoas, por sua vez o representante da DPU, Diego Alves, alertou que a demora compromete não apenas o cronograma, mas também a futura construção do hospital, que ainda depende de licenças e alvarás.
A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informou que o caso vem sendo conduzido pela Câmara de Prevenção e Resolução Administrativa de Conflitos e que já houve contato com os proprietários do imóvel, estimando que não haverá resistência à desapropriação. O valor previsto é de R$ 27 milhões.
Como encaminhamento, o Estado deverá formalizar a notificação dos proprietários e avançar nas tratativas de acordo para a desapropriação, até dia 30/09. Em seguida, caberá à PGE notificar a Braskem, que fará o depósito do valor acordado, assegurando as condições necessárias para dar início à obra.
A Braskem confirmou que já provisionou os recursos e se comprometeu a efetuar o depósito judicial imediatamente após ser notificada.
A procuradora da República Niedja Kaspary destacou que a prioridade do MPF e da DPU é garantir a rápida construção do novo equipamento de saúde, ressaltando que a população alagoana não pode esperar diante da importância do hospital para o atendimento integral e gratuito em saúde mental.
Entenda
Desde 2021, MPF, DPU e MP/AL acompanham a situação do Hospital Escola Portugal Ramalho, orientando laudos técnicos e incentivando negociações com a Braskem. Em 2023, as instituições solicitaram urgência ao governo estadual para viabilizar a construção de um novo complexo de saúde mental, com 160 leitos e infraestrutura moderna. No ano seguinte, foi ajuizada ação civil pública que resultou, em dezembro de 2024, na homologação judicial do acordo para a obra, após intensas negociações.
A nova unidade será viabilizada integralmente com recursos da Braskem, como forma de indenização ao Estado pela necessidade de realocação do atual HEPR, localizado em área instável devido à atividade minerária da empresa. Laudos do Conselho Federal de Medicina (CFM) apontaram a inviabilidade técnica e insalubridade da atual estrutura, reforçando a urgência da substituição.
O novo hospital terá perfil moderno e humanizado, em conformidade com a política nacional de saúde mental: não funcionará como manicômio, mas como unidade integrada à rede de atenção psicossocial, com internações breves voltadas à estabilização de crises, reinserção comunitária e trabalho multiprofissional articulado com CAPS e ambulatórios. Também funcionará como hospital-escola, contribuindo para a formação de profissionais.
Além disso, a Portaria GM/MS nº 757/2023, do Ministério da Saúde, manteve a possibilidade de hospitais psiquiátricos especializados no SUS, disciplinando regras de transição para custeio, o que se aplica ao novo HEPR, que preservará o mesmo cadastro no CNES.
Para o MPF e a DPU, impedir ou atrasar a obra representaria um grave retrocesso na política pública de saúde em Alagoas, penalizando a população mais vulnerável, que depende exclusivamente do SUS.
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