Cidades
Vídeo mostra perseguição e coação a casal em Maceió

Um episódio de constrangimento e racismo ganhou repercussão nesta semana em Maceió, após um casal de jovem ser acusado injustamente de furto em um bar, no bairro do Prado, em Maceió. Segundo os jovens, eles foram coagidos, constrangidos e acusados injustamente de furto por cinco pessoas que se apresentaram como policiais e um coronel, na tarde da última segunda-feira, dia 1º de setembro.
Uma das pessoas que teria obrigado a jovem a abrir a bolsa seria uma policial que foi detida em 2015 após se irritar com o barulho de som alto invadindo e efetuando vários disparos de arma de fogo dentro de um bar localizado no bairro Mangabeiras, na capital. Duas pessoas ficaram feridas, entre elas uma cantora.
O episódio, segundo a vítima, teve caráter racista e sem qualquer prova, gerando revolta e preocupação sobre práticas abusivas em estabelecimentos comerciais da capital.“Fomos cercados por cinco pessoas que me mandavam abrir a minha bolsa, dizendo que tinham me visto furtando. Em todo momento se identificavam como polícia e como coronel tentando nos coagir”, relatou a vítima.O casal afirmou que não recebeu apoio do gerente do estabelecimento, que só verificou as imagens da câmera após toda a situação, nem de policiais que chegaram de viatura quando o casal já havia saído.
“Implorei por ajuda e nada foi feito. Mais quantos de nós terão que passar por isso? Por que sempre temos que provar que somos inocentes?”, questionou a vítima.
“Absurdo acontecer isso. Racismo é crime. Postura inaceitável. Queremos ouvir a gerência do estabelecimento”, publicou uma seguidora na conta das vítimas no Instagram. Outro comentário destacou: “Esses lugares embranquecidos não aceitam nossos corpos. Sempre reservando para nós um lugar de marginalização. Contem conosco”.
Diversos internautas reforçaram a necessidade de acolhimento e justiça. “Eu sinto muito, muitíssimo, meus queridos, pelo crime que lhes ocorreu. Quando um de nós é ferido por esse mal, todos nós adoecemos juntos. Desejo que sejam fortes para enfrentar aquele que é pontual como o sol”, escreveu um seguidor.
A crítica também se voltou à omissão da gerência do espaço cultural. “O que mais impressiona nesta história não é a agressividade dos senhores brancos, mas sim a omissão por parte do Bombar Galeteria. Este espaço celebra o samba e promove a união de diversas frentes da sociedade. Por isso, o mínimo que se espera é acolhimento, respeito, ação. Retratação e punição solidária é urgente”, denunciou outro usuário.
Outro comentário ressaltou o paradoxo do local: “Sinto muito que vocês tenham passado por um episódio de tamanha violência. O mais irônico é um espaço que propõe festejar o samba — uma cultura afro-brasileira — mas que garante que corpos negros não estejam em segurança nesse ambiente. Sinto repulsa desse espaço que se promove da cultura preta e periférica, mas odeia nossos corpos.”
O caso evidencia a necessidade de medidas de responsabilização e alerta para práticas discriminatórias em espaços culturais, reforçando o debate sobre racismo estrutural e segurança de jovens negros em ambientes públicos e privados.
Segundo a denúncia, a conduta das pessoas envolvidas evidencia abuso de autoridade e racismo estrutural. O casal busca agora apoio do Instituto de Igualdade Racial de Alagoas (INEGAL) e afirma que tomará todas as medidas legais cabíveis.
A reportagem fez contato com o proprietário do estabelecimento, mas até o fechamento desta edição não obteve êxito.
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