Cidades

Racismo religioso: filha de santo tem justificativa de falta recusada no trabalho

INEG/AL aciona o Ministério Público do Trabalho e cobra responsabilização da empresa

Por Assessoria 04/09/2025 12h05
Racismo religioso: filha de santo tem justificativa de falta recusada no trabalho
Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT/AL) - Foto: Assessoria

O Instituto do Negro de Alagoas (INEG/AL) protocolou representação formal junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) em defesa de uma praticante de religião de matriz africana que teve seu atestado religioso invalidado.

A denúncia ocorre após uma empresa desconsiderar um atestado religioso legítimo apresentado pela funcionária, que precisou se ausentar para cumprir obrigações espirituais. Mesmo tendo comunicado previamente ao setor de Recursos Humanos e apresentado documentação oficial, a trabalhadora teve seus dias registrados como faltas injustificadas.

O INEG/AL classifica o episódio como racismo religioso, prática que afeta especificamente comunidades tradicionais de terreiro, historicamente sujeitas à intolerância e negação de direitos básicos.

"Este caso transcende a mera desinformação e configura racismo religioso, demandando tratamento adequado. A Constituição assegura o livre exercício da fé. Ao ignorar este direito, particularmente em relação a religiões tradicionalmente discriminadas, a empresa perpetua práticas racistas e viola a dignidade do trabalhador", afirma a direção do Instituto.

O direito ao afastamento por motivo religioso está fundamentado no artigo 5º, inciso VI, da Constituição Federal, com precedentes favoráveis no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

O INEG/AL busca garantir que tais casos sejam devidamente responsabilizados, coibindo condutas discriminatórias no ambiente corporativo.