Cidades
Escolas particulares preparam reajustes para 2026
Estabelecimentos avisam que aumentos das mensalidades devem ficar em torno de 10% no próximo ano letivo

O segundo semestre letivo de 2025 mal começou e algumas escolas já estão emitindo comunicado para que os responsáveis financeiros providenciem o pagamento da matrícula para 2026 ou pelo menos paguem 50% do valor referente à matrícula a fim de garantirem as vagas para o próximo ano letivo.
A reportagem do Jornal Tribuna Independente ligou para as seis principais escolas particulares da capital. Pelo menos duas já estabeleceram que o reajuste será de 10%. Outras irão resolver o índice em reuniões no começo de setembro ou ainda no começo de novembro.
Existem em Alagoas 600 escolas particulares, quase metade delas em Maceió. O Sindicato das Escolas Particulares de Alagoas explicou que os reajustes aplicados são de responsabilidade de cada unidade educacional.
A comerciante Lúcia Carvalho admitiu que chega a sofrer por antecipação ao receber o comunicado com o alerta de que as matrículas para o próximo ano já foram iniciadas. “É um sofrimento que já tira o sono de quem tem filhos em idade escolar”.
Conforme o documento enviado pela escola em que os três filhos estudam, quem fizer a matrícula de 2026 até o próximo dia 24 de agosto, poderá parcelar os pagamentos em até cinco vezes. E quem fizer as matrículas até o final deste mês, poderá fazê-la sem o acréscimo, pagando ainda o valor do ano letivo vigente.
Para ilustrar, a mensalidade do 9° ano do ensino fundamental I neste ano é no valor de R$ 1.430,00. Em 2026, serão necessários R$ 1.573,00 para realizar o mesmo investimento.
O mesmo aviso diz ainda que a reserva de vagas para os estudantes veteranos estará disponível até o último dia de outubro. Após essa data, a escola avisa que as vagas estarão sujeitas à disponibilidade.
O corretor de imóveis Fabiano Pontes contou que se desdobra para fazer os pagamentos ainda no ano letivo vigente, mas as contas mensais corriqueiras nunca permitem tal malabarismo.

Economista diz que aumento deve ficar acima da inflação
O economista Fábio Leão citou pesquisas recentes apontado que reajuste para o ano de 2025 deve ultrapassar a meta de inflação definida pelo Banco Central, definida para 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. Ou seja, na pior das hipóteses, a inflação pode alcançar o patamar projetado de 4,5% ao ano.
“Com base nas informações mais recentes sobre a economia brasileira e o setor educacional, o reajuste das mensalidades escolares para 2026 deve ficar entre 8% e 10%, segundo levantamento do Grupo Rabbit, que ouviu 680 escolas particulares em todo o país. Esse percentual é mais do que o dobro da inflação prevista, que está em torno de 4,3% a 4,5%”, comparou.
Conforme a avaliação do economista, pode-se atribuir este valor elevado a algumas questões conjunturais e estruturais. Primeiramente, do ponto de vista conjuntural, acrescentou Fábio Leão, o aumento se justificaria por conta da inflação acumulada, embora esteja moderada, ainda pressiona os custos operacionais das escolas.
“A taxa Selic mesmo com tendência de queda, os juros ainda impactam o custo do crédito e investimentos e a recomposição pós-pandemia: muitas escolas ainda enfrentam inadimplência elevada e redução no número de alunos, o que exige ajustes para manter a sustentabilidade financeira”, completou.

Percentual de reajuste deve ficar em torno de 10%
De acordo com Fábio Leão, quanto aos fatores estruturais, as justificativas seriam o reajuste salarial de professores e funcionários; os investimentos em tecnologia educacional, que se tornaram permanentes após a pandemia e a manutenção da infraestrutura física e digital.
“Aumentos elevados como este podem trazer impactos diferentes para as escolas e para os pais. Para as escolas, o reajuste entre 8% e 10% permite equilibrar receitas e despesas, especialmente em instituições que ainda estão se recuperando financeiramente. Além disso, escolas que investiram em tecnologia, formação docente e melhorias estruturais justificam esse aumento como reposição de custos e valorização do serviço prestado”, salientou.
Já para os pais, opinou o economista, os aumentos nestes patamares podem ser pesados para famílias com renda já comprometida, especialmente em regiões com menor poder aquisitivo, como o Nordeste.
A recomendação é, considerou o economista, que as escolas sejam transparentes na divulgação dos reajustes, apresentando planilhas de custos e justificativas claras. Em alguns casos, é possível negociar condições especiais, como descontos por antecipação, bolsas ou parcelamentos.
“Um aumento maior do que este, ou mesmo neste patamar de até 10% para o ano de 2025 não se justificaria, por exemplo, para o caso de Alagoas, que conta com um nível de renda muito baixo e endividamento da população muito alto. Outro dado importante, ainda de acordo com a pesquisa do Grupo Rabbit, é a previsão média de reajuste para o Nordeste, que está em 9%, alinhada com a média nacional”, comparou.
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