Cidades
MP/AL discute prevenção a incêndios florestais com entidades dos setores público e privado
Participantes acordaram a criação de uma Agenda Resolutiva para atuação conjunta e a formação de um Grupo de Trabalho
Nesta sexta-feira (18), o Ministério Público de Alagoas (MP/AL), através da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, realizou uma audiência com representantes de diversos órgãos públicos e privados para tratar da prevenção e combate a incêndios florestais.
Os participantes acordaram a criação de uma Agenda Resolutiva para atuação conjunta e a formação de um Grupo de Trabalho. A próxima reunião está marcada para o dia 24 deste mês, na sede do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) em Maceió, às 9h.
Neste encontro, será elaborada uma proposta para a criação de um Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. "Sabemos que medidas integradas têm mais sucesso do que aquelas realizadas isoladamente por cada entidade. Assim, estamos aqui para buscar um diagnóstico e somar esforços em medidas preventivas, uma vez que incêndios criminosos e fora de controle afetam a sociedade, o meio ambiente como um todo e também o setor produtivo", destacou o promotor Alberto Fonseca, da 4ª Promotoria de Justiça da Capital (Defesa do Meio Ambiente).
Essa iniciativa surge como resposta a um estímulo do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que incentivou membros da área ambiental a debater estratégias de prevenção e combate a incêndios dolosos.
Na audiência, a professora Flávia Moura, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), ressaltou que os incêndios florestais têm origens naturais e antrópicas, ou seja, causadas por humanos. Ela informou que foram detectados mais de 180 mil focos de incêndio no Brasil de janeiro a setembro de 2024, um aumento de 108% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O meteorologista e superintendente da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Vinícius Pinho, apresentou dados do "Monitor de Secas", destacando que o verão deste ano terá chuvas abaixo da média, aumentando as chances de baixa umidade, agravamento da seca, temperaturas mais elevadas, trovoadas menos frequentes no semiárido e um risco maior de incêndios florestais.
Na mesma audiência, o engenheiro Hamilton Oiticica, representando a Usina Santa Clotilde, enfatizou a capacidade da usina para combater incêndios criminosos que costumam atingir os canaviais, mencionando que, apenas nesta safra, a unidade e seus fornecedores sofreram 29 incêndios desse tipo.
O evento contou com a presença de representantes do Batalhão de Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil Estadual, FAEAL, Fiea, IMA, IPMA, Semarh, Sindaçúcar, Ufal, Usina Coruripe e Usina Santa Clotilde.
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