Cidades

Menino com doença rara ganha cadeira motorizada

Família de Heitor, de seis anos, fez até vaquinha para adquirir equipamento

Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente 12/10/2024 08h45 - Atualizado em 12/10/2024 08h48
Menino com doença rara ganha cadeira motorizada
Menino Heitor, de seis anos, portador de uma doença rara, está feliz após ganhar sua cadeira motorizada às vésperas do Dia das Crianças - Foto: Arquivo pessoal

O Dia das Crianças, comemorado neste sábado, 12 de outubro, terá um significado ainda mais especial para o pequeno Heitor Amaral, seis anos de idade. Ele ganhou uma cadeira de rodas motorizada. A cadeira lhe dará mais autonomia, garantindo-lhe uma melhor locomoção. O menino é portador de uma doença rara, distrofia muscular congênita com deficiência de merosina.

A condição de saúde causa fraqueza muscular progressiva. O músculo do paciente, segundo a literatura médica, não produz energia, por isso, o portador dessa doença rara sente o peso do corpo de forma desproporcional e não consegue se levantar.

Desta forma, os músculos do Heitor Amaral não possuem força suficiente para fazê-lo andar, esticar os braços e realizar demais atividades consideradas comuns ao dia a dia de qualquer pessoa.

Em junho passado, a família do garoto iniciou uma campanha nas redes sociais, com o objetivo de conseguir dinheiro para comprar a cadeira de rodas motorizada. Entre o término da “vaquinha on-line” com o valor arrecadado e a chegada da cadeira foram quatro meses de espera. Tempo que, agora, o Heitor tira de letra. O pequeno disse que amou a cadeira.

Circulando pela casa, com bastante autonomia, Heitor vai aprendendo a criar liberdade dentro das possibilidades que a doença rara lhe permite. A cadeira, toda equipada, é a melhor disponível no mercado, atualmente.

Heitor gosta de jogar dominó com o primo e também de desenhar, pintar e brincar com as outras crianças. A nova cadeira protege todo o peitoral, pernas, pés e garante sustentação à cabeça contra qualquer tipo de lesão muscular já que ele não tem força no músculo.

O menino sorridente faz da sua doença rara a força para enfrentar os obstáculos impostos pela condição especial. No início da campanha, ele afirmou que se tivesse um gênio da lâmpada esse seria seu único pedido.

O garoto tinha uma cadeira de rodas convencional que já fora doada pela família de um paciente que tinha outro tipo de doença e faleceu. Como o pequeno está crescendo, a cadeira de rodas estava ficando pequena já que ele está se desenvolvendo.

A professora Mayara Amaral, 32 anos, mãe do Heitor, falou com emoção sobre o filho. “Meu filho é puro amor. Com a parte cognitiva completamente intacta, ele é muitíssimo inteligente. Interage perfeitamente. Tem absoluta noção de tudo que está ao seu redor. Sabe da sua situação e condição especial.

Conforme seus relatos, Heitor precisa da cadeira para ir ao banheiro na escola, ter mais autonomia, independência, brincar e ter mais acessibilidade nas ruas da capital que não são tão acessíveis a quem tem necessidades especiais.

O jornal Tribuna Independente acompanhou o caso. Depois da reportagem, em menos de duas semanas, o valor foi alcançado por meio de doações.

Bastante inteligente e comunicativo, o menino começou a estudar no ano passado, aos quatro anos. A família tinha receio de como seria seu desenvolvimento na escola e de que forma ele seria recebido pelos amiguinhos. Heitor cursa o nível dois, antigo Jardim 2. Neste ano, se forma doutor do ABC.