Cidades

17 anos: apoio às religiões afro e movimento negro

Para religioso, jornal desmistifica as ideologias negativas; mulher preta destaca Coluna Axé e sua representatividade

Por Valdete Calheiros/Tribuna Independente 13/07/2024 08h20
17 anos: apoio às religiões afro e movimento negro
Pai Célio de Iemanjá (Matriz africana); Ângela Brito, liderança do Movimento da População Negra - Foto: Reprodução

O trabalho realizado pela Tribuna Independente, ao longo dos seus 17 anos, recebe o reconhecimento dos mais diversos segmentos da população. As religiões de Matriz Africana fazem parte desse rol de admiradores desse trabalho. Pai Célio de Iemanjá Baba Omitoloji – Babalorixá do Axé Pratagy destaca que o aniversário de 17 anos do Jornal Tribuna Independente é momento de contemplação, de celebração, de vida ao compromisso jornalístico que esse grupo tem.

“O jornal tem uma ideologia pautada na desmistificação das ideologias negativas pleiteadas pela sociedade em relação ao racismo religioso, às intolerâncias religiosas de matriz africana, tanto a umbanda quanto o candomblé. A Tribuna está sempre com pautas voltadas à nossa defesa com força, com energia e com vigor”, considerou.

Conforme Pai Célio, ao mostrar à sociedade a festa de Iemanjá, o oito de dezembro, a lavagem do Bomfim, sobre as ações empreendidas pelo Movimento Negro, o jornal ajuda a diminuir o preconceito, afirmou, ao destacar a importância da Coluna AXÉ. “O Jornal Tribuna Independente ajuda a mostrar o quanto somos belos, maravilhosos, diferentes, mostrando a diversidade social. Todo e qualquer movimento social voltado para as ações das atividades negras em Alagoas são pautados pelo jornal. Pedimos a todos os deuses proteção, força e vitalidade a toda a equipe do jornal”, finalizou.

MOVIMENTO NEGRO

O Movimento Nacional Pró-saúde da População Negra tem nome e sobrenome em Alagoas. Chama-se Angela Maria Benedita Bahia de Brito. Mulher preta, 78 anos, dos quais 68 dedicados ao Movimento Negro. Ela faz questão de dizer que é a “mais velha” militante em atividade. Mãe e avó, Angela Brito é meteorologista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora aposentada da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Ela destacou a extrema relevância da Coluna AXÉ por garantir, na imprensa, a representatividade do povo preto de Alagoas. “Foi uma conquista árdua do movimento negro alagoano que passou pelo tombamento da Serra da Barriga, pela política de cotas na universidade e muitas outras lutas e conquistas”.

Para Angela Brito, cabe ressaltar que a jornalista Valdice Gomes faz um trabalho profissional, profundo e apaixonado de pesquisa semana após semana para cumprir a pauta de todo Estado no tocante ao Movimento Negro. Segundo ela, o Movimento tem muito orgulho da contribuição da Tribuna por levar à sociedade as reflexões e as notícias sob o ponto de vista do povo preto alagoano. “É crucial termos um veículo de imprensa que traduz nossos pensamentos e anseios”, pontuou.

Angela Brito falou ainda sobre a importância da camélia, flor que a representa, segundo ela. “Nos tempos abolicionistas, a camélia era a senha que as quituteiras usavam para informar que haveria reunião. É uma flor sensível e exala perfume único. Assim como o nome da Coluna AXÉ que traduz toda a filosofia africana. A palavra AXÉ que significa força”, finalizou, ao acrescentar que “Nada sobre nós sem nós”.