Cidades

Em tempos de tragédia, como a educação socioemocional pode contribuir com a superação de desafios

Em parceria com escolas públicas de Alagoas, aprendizagem emocional e social se torna realidade para mais de 40 mil estudantes

Por Assessoria 22/05/2024 13h53
Em tempos de tragédia, como a educação socioemocional pode contribuir com a superação de desafios
Cícero Filgueira - coordenador pedagógico da Hug Education - Foto: Divulgação

A tragédia climática no estado do Rio Grande do Sul há muitas semanas é foco nos noticiários com inúmeras abordagens. A necessidade que muitos cidadãos estão passando neste momento impacta em vários aspectos, como as crenças e a capacidade de ter esperança na humanidade.

Com tantas respostas sendo necessárias para os problemas urgentes, como planejamento urbano e acolhimento com os desabrigados, a saúde mental é um dos últimos aspectos onde serão avaliados os impactos causados. É comprovadamente atestado que desastres causam comoções impactantes e ampliam o aumento de transtornos emocionais como depressão, ansiedade e estresse.

Para se ter uma ideia mais clara sobre o assunto, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) constatou que dois anos após a tragédia de Mariana com o rompimento da barragem, 30% da população apresentava sintomas de depressão e 32% apresentavam transtorno de ansiedade. O estudo constatou ainda estresse pós-traumático, riscos de suicídio, aumento do abuso de substâncias como álcool e tabaco e aumento do risco de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), devido à instabilidade causada por todas as perdas.

Apesar da educação no Brasil estar se aproximando de práticas pedagógicas mais alinhadas com a realidade do aluno e da família, a aprendizagem emocional ainda é um desafio presente. Com uma metodologia que já está há 10 anos no mercado, a Hug Education chega a Alagoas com a missão de implantar a educação socioemocional no ensino fundamental I e II, através de uma tecnologia educacional reconhecida pelo MEC.

Segundo o coordenador pedagógico da Hug, Cícero Filgueira, a iniciativa do programa é algo recente e que só foi incluída na Base Nacional Comum Curricular em 2017. “A gente faz o treinamento dos professores que vão aplicar a tecnologia com os alunos, através dos materiais pedagógicos e, ao longo do ano, nosso time de consultores pedagógicos vão acompanhando o desenvolvimento desses alunos para as habilidades sociais e emocionais”, explica.

No estado já são mais de 40 mil alunos que passaram a ter acesso à metodologia de educação socioemocional e podem construir conexões mais inteligentes para a convivência e o autoconhecimento. Esses são saberes indispensáveis para a redução da violência entre alunos e para o enfrentamento e superação de situações de elevado estresse, como a tragédia vivida atualmente no Rio Grande.

“Em situações que causam certo trauma, é demonstrado o quanto é importante se trabalhar as emoções, já que não é uma perda somente material. A escola entra muito forte nesse caminho como uma rede de apoio e para que os alunos consigam lidar melhor com os problemas do que nós, adultos, que não tivemos essas habilidades construídas no período escolar”, destaca Cícero.

O coordenador ainda lembra que em momentos de impacto de tragédias é quando se percebe que a sociedade precisa ser mais empática, ter uma comunicação mais assertiva e não-violenta, além de promover relacionamentos interpessoais mais saudáveis. “São habilidades que vão além do cognitivo, vão além das disciplinas como português e matemática. Quando a gente para pensar sobre o nosso desenvolvimento para o futuro, além da escola, é muito importante que se pense nos desafios que serão encontrados ao longo da vida. É muito importante que as emoções estejam reguladas, com ciência das nossas falhas e também de nossas virtudes, para que seja desenvolvido um ser humano mais pleno e saudável”, pontua.

É importante também salientar que a educação socioemocional trabalha como uma prevenção, sendo algo contínuo e permanente. Paralelo a isso, são incluídas as habilidades sociais que englobam a comunicação e relações interpessoais. “É trabalhado desde a consciência emocional, o processo de nomear as emoções e conhecer sobre cada uma, até a regulação emocional, que é trabalhar justamente o que é que a emoção me traz e o que eu posso fazer com ela. Afinal de contas, todas as emoções são importantes. No entanto, quando ultrapassa um certo limite, começa a prejudicar a saúde e os relacionamentos. É preciso ter a consciência, a regulação e a autonomia dos processos educacionais voltados para as emoções”, comenta Cícero Filgueira.

A Hug Education, empresa especializada em educação socioemocional, é a parceira para oferecer conteúdos e rotinas psicopedagógicas no programa Coração de Estudante, lançado no mês de março pelo Governo de Alagoas. O programa tem como relevância social o desenvolvimento de competências e habilidades emocionais e sociais dos alunos e funciona com acompanhamento de uma equipe de psicólogos e assistentes sociais que visitam todas as escolas participantes.