Cidades
Mulheres realizam ato público no Centro de Maceió

As mulheres alagoanas formaram uma grande marcha e foram às ruas neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para lutar mais uma vez por seus direitos. O ato aconteceu no Centro de Maceió, onde elas levantaram a bandeira pela democracia, contra todos os tipos de violência e por igualdade de oportunidade.
Puxada pela Marcha das Mulheres, a atividade este ano trouxe o tema “Por nossos corpos e territórios - Nenhuma a menos” e contou com a participação da Central Única dos Trabalhadores, do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), entre outras entidades e movimentos.

Com concentração na Praça Deodoro, a marcha percorreu as ruas do Centro com apresentações culturais, várias pautas e mensagens ao longo do caminho. E segue ao Palácio do Governo, onde as manifestantes protocolaram o pedido de uma audiência para cobrar políticas públicas para coibir a onda de violência e de opressão contra a mulher.
Lenilda Lima, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, explica que o tema chama a atenção para a defesa do corpo da mulher, que tem sido vítima constante de violência.
“A cultura patriarcal está infelizmente impregnada em todo o país. E aqui em Alagoas várias mulheres foram vítimas do feminicídio. A misoginia tem crescido muito e acaba nesse ciclo vicioso dominando no feminicídio. Mas também estamos gritando por várias pautas. A pauta da equiparação salarial das mulheres por igualdade de direitos, porque essa é uma pauta muito importante para nós trabalhadoras, a autonomia econômica das mulheres, lutando pelos nossos territórios”.

Ela destaca que as mulheres perderam muito em Alagoas com o afundamento do solo que atingiu cinco bairros de Maceió, consequência da mineração de sal-gema pela Braskem. “Foram os corpos das mulheres os que mais sofreram. Então isso para nós é muito doloroso. Estamos aqui também fazendo o grito de todas as famílias, das vítimas, das mulheres, essencialmente, que perderam seu território, sua vida, enfim. Então é uma marcha poderosa, campo e cidade se unem com as suas pautas”, diz Lenilda Lima.
A vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Maceió e secretária de Direitos Humanos da CUT, Élida Miranda, reforça a luta pelos direitos das mulheres. “A gente tem aqui um conjunto grande de movimentos de mulheres, movimentos da sociedade civil e também com o apoio dos diferentes poderes constituídos, Poder Judiciário e os governos também presentes se somando nessa luta. Temos aqui a luta contra o feminicídio, existe o Levante Feminista, que dentro dele tem a Marcha Mundial das Mulheres, a CUT também faz parte do Levante contra o feminicídio, partidos políticos de esquerda e a gente se fortalecendo nessa luta por igualdade. E aí a gente traz a bandeira da defesa da democracia, sem violência e sem misoginia”, diz.

A pastora Orja, da Igreja Batista do Pinheiro, avalia que o 8 de março é o dia para a sociedade pedir perdão às mulheres. “Pelas violências sustentadas por todas as instituições, religiões, partidos políticos, sistemas jurídicos, sistemas econômicos. Todos são culpados dos feminicídios, das violências, dos silenciamentos. Hoje não é dia de festas, é dia de a sociedade pedir perdão às mulheres, se arrepender e pedir perdão e construir uma nova sociedade onde as mulheres possam viver sem medo”.
Orja destaca que o cristianismo patriarcal usa a fé e a religião para oprimir as mulheres e resgata “a fala de Jesus de Nazaré, que não é o Jesus do cristianismo patriarcal. Jesus disse ‘eu vim para que todas as pessoas tenham vida’. E por que isso não está acontecendo para as mulheres? Nós mulheres não temos experimentado essa vida. Nós precisamos nos unir a todos os movimentos e lutar para que nós mesmos possamos construir vida possível para nós. Por isso que a marcha das mulheres de Maceió grita e não grita somente por nós aqui”.
A marcha contou com a participação também de homens.
O deputado federal Paulão (PT) diz que é importante mostrar para o mundo o protagonismo feminino. “A gente está atravessando o momento de conservadorismo no mundo. No Brasil a gente teve recentemente. E uma onda do conservadorismo é o ódio, a intolerância e as maiores vítimas são as mulheres. Na história do mundo, toda vez que tem um processo estatorial, a exemplo de Hitler, Mussolini, o fascismo, as mulheres são as principais vítimas. Por que? Primeiro, por cuidar, ter direitos de geração, sensibilidade, compromisso social e preservar a família. Por isso que as mulheres são as vítimas. A gente está vivendo um momento de muita turbulência e uma atividade dessa é um ato de resistência”, salienta.

Paulão lembra a simbologia do 8 de março. “Mais de 100 mulheres foram queimadas vivas dentro de uma fábrica de tecelagem para discutir na época a carga horária e não tinha direito trabalhista. E os Estados Unidos é um dos poucos países no mundo que não comemora esse dia. Agora, comemorar o dia é importante na psicologia, mas é importante que os 365 dias a mulher seja respeitada com direitos, com paridade, que não tenha feminicídio, que os homens não achem que o corpo da mulher é propriedade. Por isso, apoio todas as mulheres de Maceió, de Alagoas, do Nordeste, Brasil e do mundo”.

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