Cidades
Condomínio é denunciado por crime ambiental
Empreendimento teria interrompido curso natural de rio e destruído fauna e flora em Marechal Deodoro

Moradores do município de Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, denunciam o Condomínio Reserva do Atlântico por crime ambiental. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, um dos moradores disse que o empreendimento interrompeu a passagem do curso natural do Rio Niquim, destruindo a fauna e a flora, e tem provocado diversos transtornos à população.
“Esse rio seguia a sua trajetória natural, transfixando esse condomínio, que na época não existia, e seguia em direção à lagoa. O condomínio fez um desvio, que vem seguindo a margem da pista até passar os muros do condomínio, onde eles atravessam o rio através de uma anilha pelo calçamento, e fizeram uma outra vala jogando toda a água na cabeça de um loteamento e essa água segue invadindo o loteamento e assim sucessivamente”, afirmou.
Ainda no vídeo, o morador, que não quis se identificar, contou que a alteração no curso do rio tem causado alagamentos e atraído animais. “A bacia artificial criada pelo condomínio, que serviria para captar as águas e dar destino, na verdade, tem servido para tirar areia para calçá-lo, uma vez que essa bacia não possui uma drenagem para a lagoa. Então, a água chega e fica. As fossas dos moradores completamente inundadas, transbordando, é esgoto a céu aberto. As ruas, que não estão asfaltadas, completamente cheias d’água o tempo todo. Além de caramujos, que são transmissores de esquistossomose, encontrados na rua, cobras e animais silvestres invadindo as casas por conta do alagamento, e peixes do rio sendo encontrados na rua, apodrecendo”, disse.
O ambientalista Erikson Melo também é morador de Marechal Deodoro e está preocupado com a verticalização no município. “Com a implantação desse tipo de empreendimento, aterrando áreas hídricas, compromete o nosso abastecimento d’água no futuro próximo. Ali existe uma fauna específica, uma flora específica desse tipo desse ambiente. Então, isso é um dano ambiental. A implantação de um empreendimento desse, da forma que está sendo feita, é um dano ambiental muito grande. A gente não é contra o desenvolvimento, apenas queremos que o desenvolvimento aconteça de uma forma equilibrada, de forma que os nossos recursos naturais não sejam prejudicados”, afirmou.
Melo disse que os moradores já entraram em contato com os órgãos competentes e não sabem mais o que fazer. “Esse empreendimento está comprometendo o nosso aquífero, nosso recurso hídrico. Ainda mais com o acompanhamento dos órgãos ambientais, que deveriam estar impedindo um absurdo desse. A maior luta hoje é preservar o nosso ecossistema hídrico”, acrescentou.
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