Cidades

MPT requisita que Defesa Civil de Maceió realize visita mensal no Hospital Portugal Ramalho

Ministério Público do Trabalho também notificará Braskem a participar de audiência para discutir acompanhamento psiquiátrico e psicológico a ser disponibilizado aos empregados

Por Ascom MPT/AL 21/02/2024 19h33 - Atualizado em 22/02/2024 00h52
MPT requisita que Defesa Civil de Maceió realize visita mensal no Hospital Portugal Ramalho
Hospital Portugal Ramalho está no mapa de risco causado pelo afundamento do solo em Maceió - Foto: Edilson Omena

O Ministério Público do Trabalho (MPT) requisitou, durante audiência realizada na  terça-feira (20), que a Defesa Civil de Maceió realize visita mensal ao Hospital Portugal Ramalho e atualize o MPT sobre a situação das instalações físicas da unidade hospitalar. A medida faz parte de inquérito civil instaurado pelo MPT para buscar a garantia da saúde e segurança dos trabalhadores do hospital, após o afundamento do solo em bairros de Maceió.

O MPT também determinou que a Petroquímica Braskem seja notificada a participar de audiência, com data a ser agendada, para que sejam debatidas e buscadas medidas em favor dos trabalhadores do hospital. O objetivo é discutir o acompanhamento psiquiátrico e psicológico a ser disponibilizado aos empregados que prestam serviço ao Hospital Portugal Ramalho.

“É indubitável o dano à saúde mental sofrido pelos trabalhadores que se encontram laborando em local de risco incerto, que se encontra sob monitoramento da Defesa Civil. Por tal razão, o Ministério Público do Trabalho exigirá a adoção de medidas com vistas a minimizar o sofrimento causado pela situação vivenciada pelos trabalhadores do hospital”, afirmou a procuradora do MPT Virgínia Ferreira, responsável pelo inquérito e por conduzir a audiência.

De acordo com a Defesa Civil de Maceió, o Hospital Portugal Ramalho está na área de Criticidade 01 e é uma área que precisa ser monitorada, mas que não apresenta riscos imediatos. O representante informou que o órgão irá realizar as visitas mensais, conforme requisição do MPT. Explicou que a Defesa Civil trabalha com sistema de Central de Monitoramento e que todo chamado deve ser feito através da central, para que fique registrado.

A procuradora Virgínia Ferreira também questionou o Hospital Portugal Ramalho sobre problemas detectados pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) nas instalações elétricas e em extintores de incêndio do hospital – irregularidades que causariam, inclusive, risco de incêndio. Segundo o representante da Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal), já foram adotadas medidas para regularizar as falhas apontadas pelo Cerest e observadas as demandas em relação aos extintores.

Participaram da audiência representantes da Uncisal/Hospital Portugal Ramalho, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Sateal) e da Defesa Civil de Maceió. Durante o encontro, também ficou definido que o Sateal deverá ser comunicado sobre as audiências que serão agendadas, a fim de que possa acompanhar os encaminhamentos pertinentes.

Mudança de local

Sobre a mudança para outro local, o representante do Portugal Ramalho informou que vários prédios da Capital foram sondados para acomodar o hospital, mas necessitariam de muitas adaptações para atender as necessidades de um hospital para pessoas com doenças mentais. O hospital possui 160 leitos, atualmente há 120 internos e, dentre estes, 19 são compulsórios e residentes.

Já sobre a realocação definitiva do hospital, a Uncisal informou que já há local e projeto para a construção do novo hospital e disse que quem irá executar a construção será a Braskem. Segundo a universidade, o processo se encontra aguardando parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Situação dos trabalhadores

O afastamento de servidores por problemas de saúde mental tem sido comum no Portugal Ramalho, segundo o Sateal. O sindicato informou que vem recebendo denúncias, inclusive, de trabalhadores com crise de pânico.

Ainda segundo o Sateal, há relatos de violência (assaltos ou risco de assaltos) ocorrendo no trajeto, em razão das áreas se encontrarem desertas, após a evacuação ocorrida em diversos prédios nos arredores.