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Minas põem Defesa Civil Estadual em alerta

Sonar detecta movimentação na cavidade da mina 20/21; análise consta de relatório promovido pela Braskem

Por Tribuna Independente 01/02/2024 08h02 - Atualizado em 02/02/2024 07h52
Minas põem Defesa Civil Estadual em alerta
Minas 20 e 21 se fundiram e formaram uma única cavidade próxima à mina 18; a Defesa Civil realiza monitoramento constante na cavidade que está sob a Lagoa Mundaú - Foto: Edilson Omena

Após o relatório do exame de sonar apontar que a mina 20/21 está se movimentando, a Defesa Civil Estadual está monitorando diuturnamente a cavidade. “Não é uma velocidade alta, mas está em deslocamento e a gente precisa ter esse acompanhamento até para estar informando a todos qual é o tamanho real do dia a dia e se, porventura, um dia, acontecer de ficar próximo de colapso, estar informando para a população”, afirmou o capitão Douglas Gomes, chefe do setor de desastres do órgão.

De acordo com o relatório, a mina 20/21 está 723 metros abaixo da superfície da Lagoa Mundaú. A cavidade tem 121 metros de altura, 96 metros de largura e, aproximadamente, 340 mil metros cúbicos de volume. O documento foi solicitado após o colapso da mina 18, mantida pela Braskem, na região da Lagoa Mundaú, próximo ao antigo campo do CSA, no bairro do Mutange.

“Pedimos que fosse realizado o exame de sonar para saber qual é o tamanho real, qual é a distância das cavidades que hoje são conjugadas com mais detalhes, porque essa cavidade encontra-se totalmente dentro da lagoa. Só com esse exame teríamos como saber qual é a dimensão, se houve deslocamento dessa cavidade ou não”, explicou Gomes.

O chefe do setor de desastres naturais da Defesa Civil Estadual disse ainda que será solicitada à Braskem a realização de outros exames, em intervalos de tempo menores. “Esse exame na cavidade 20/21, solicitamos com mais urgência porque essa cavidade que agora é conjugada, juntamente com a mina 29, são as que estão mais próximas da mina 18. Então, a gente tem essa ideia de que a energia, que pode ter sido transferida no colapso da mina 18, pode ter atingido essas duas cavidades. Então, o próximo exame sonar que a Braskem está preparando para nos apresentar é da mina 29, que é outra também que a gente precisa ter atenção”, disse.

Cavidade é maior que mina 18 colapsada em dezembro

A análise feita com uma sonda apontou que a mina da Braskem vizinha a que colapsou em Maceió no mês de dezembro está se movimentando. O exame foi realizado no dia 20 de janeiro por uma empresa terceirizada contratada pela mineradora. Segundo o relatório, a mina 20/21, uma grande cavidade formada por duas minas que se uniram, está 723,78 metros abaixo da superfície da lagoa Mundaú.

A cavidade é bem maior que a mina que se rompeu no mês passado. Segundo a Defesa Civil Estadual, a movimentação detectada foi de 5 metros em direção à superfície.

As minas 20 e 21 ficavam próximas, mas se conectaram ao longo do tempo e formaram uma única cavidade, a 20/21.

A Braskem matinha 35 minas na região para extração de sal-gema. Em cinco anos, desde que surgiram as primeiras rachaduras em casas e nas ruas por causa da mineração realizada na região pela Braskem, mais de 14 mil imóveis tiveram que ser evacuados em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas.

Segundo a Defesa Civil Estadual, todos os imóveis no entorno da mina já foram desocupados. A próxima mina a ser analisada por meio de sonar é a 29, que também fica próxima à mina 18, conforme informou a Defesa Civil Estadual.