Cidades
Moradores do Bom Parto relatam medo e insegurança e pedem realocação
Eles pedem a inclusão no Mapa de Risco da Defesa Civil, que garante a realocação das famílias e indica a necessidade de desocupação das áreas afetadas
Moradores do Bom Parto estão sofrendo com medo e insegurança, após o rompimento de parte da mina 18 da Braskem, no último domingo (10). Eles pedem a inclusão no Mapa de Risco da Defesa Civil, que garante a realocação das famílias e indica a necessidade de desocupação das áreas afetadas.
“Todo mundo quer sair, está com medo da situação que estamos vivendo. Na verdade, ninguém queria sair. Eu tenho 29 anos morando no Bom Parto, nasci e me criei aqui, criei minha família. Mas a Braskem veio e fez acontecer. Nos últimos cinco anos, são paredes e chãos se abrindo. E com esse negócio dessa mina, quem é que vai querer ficar aqui? Quem é que garante que, qualquer noite dessa, a gente não morre soterrado aqui dentro?”, indagou a moradora Andreza da Silva Tenório.
A moradora questiona a atualização do mapa de risco do afundamento dos bairros divulgado pela Defesa Civil de Maceió. “Saiu esse mapa versão 5, que pegou o começo da rua que eu moro e essa parte daqui não pegou. Quer dizer que ali pode afundar e aqui não pode? A gente mora aqui na margem da lagoa, é um absurdo o que eles estão fazendo, deixando a gente aqui. Eu moro aqui com três filhos pequenos e a minha mãe acamada. Não queria sair daqui, mas hoje eu quero viver com a minha família em outro canto, ter uma vida digna, que aqui não é mais canto de ninguém viver. Aqui não tem mais escola, não tem posto de saúde, minha mãe passa mal direito e eu tenho que estar correndo para a UPA com ela. A gente não aguenta mais viver o descaso que a gente está vivendo aqui. São pais e mães de famílias que estão desesperados e todo dia morrem mentalmente com o que está acontecendo aqui”, afirmou.
A dona de casa Luciene de Lima mora com cinco filhos no Bom Parto e contou que não está conseguindo dormir, desde o último domingo (10). “Há mais de 30 anos que eu moro aqui, criei meus seis filhos aqui, mas agora quero ir embora. Minha casa está toda rachada. O bairro não tem mais estrutura nenhuma, tenho que levar minha filha para o Vergel todos os dias para estudar. E eu não consigo mais dormir porque a gente sofre muito com medo de tudo acontecer. Até depressão eu desenvolvi”, disse.
A moradora Liziane da Silva estava em casa quando parte da mina se rompeu e disse que sentiu um tremor. “A terra tremeu e saiu todo mundo correndo, pensando que tudo ia desabar e cair dentro do buraco, morrer com os nossos filhos. Foi horrível. A gente está aqui tudo desesperado, sem aguentar. Ninguém sabe o dia e a hora que isso vai desabar. Aí eles estão tirando Farol, lá para cima, tirando hospital e escola porque o dinheiro vai para o bolso deles. E a gente que está morando em cima da lagoa fica. O mapa saiu, mas só saiu até o começo da rua”, afirmou.
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