O Núcleo de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nudem), que funciona na Delegacia do 12º Distrito Policial, na cidade de Rio Largo, região metropolitana de Maceió, informou que um inquérito policial foi instaurado para apurar a morte de Benedita Betânia da Silva, de 57 anos.

Betânia precisou ser internada no Hospital Geral do Estado (HGE), após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), e morreu no dia 22 de setembro deste ano. De acordo com a família, Benedita Betânia viveu um relacionamento abusivo com a companheira e morreu após sofrer diversas agressões físicas.

“Eu nunca presenciei nada, mas ficava sabendo através de outros familiares. Como isso me machucava muito, preferia me manter afastada. Diziam que ela era agredida e que, infelizmente, veio a esse quadro que a levou a óbito por conta de agressão. Só não sabemos o motivo dela não ter saído desse relacionamento. Não sei se por medo porque quando a pessoa está em um relacionamento abusivo é muito difícil”, disse uma sobrinha que não quis se identificar.

Segundo o Nudem, a polícia está aguardando o diagnóstico da morte para seguir com a investigação. O caso pode ser concluído sendo constatada morte natural, ou tratado como feminicídio, caso seja confirmado que o AVC foi provocado por espancamento. Na confirmação do AVC ter sido provocado por espancamento, o prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias, caso a autora não esteja presa, podendo ser prorrogado.

Uma semana após a morte de Benedita Betânia da Silva, familiares e amigos pediram justiça com faixas e cartazes, durante a missa de sétimo dia na Capela São José, no bairro Cidade Universitária.

“Minha irmã era forçada a fazer muitas coisas, apanhava demais. Ela foi forçada, inclusive, a casar com essa mulher [a companheira]. afirmou o irmão José Avanildo da Silva.

Segundo José Avanildo, a família está inconformada com a morte de Benedita Betânia e espera que a justiça seja feita.