Cidades
Para comunidade, “CPI da Braskem” é única chance de indenização justa

Os moradores das comunidades Flexal de Cima, Flexal de Baixo e da Rua Marquês de Abrantes, no bairro do Bebedouro, estão esperançosos com a possibilidade de o isolamento social em que vivem, desde os problemas de afundamento do solo causado pela Braskem, ganhar enfoque nacional com a possiblidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal. A chance de o assunto ganhar visibilidade nacional, graças ao apoio do senador Renan Calheiros, deixou os moradores mais entusiasmados com o rumo que as suas reivindicações estão tomando.
Sem sucesso até o momento, a comunidade trava uma luta para ser incluída no Mapa de Risco da Defesa Civil que define as ações prioritárias da Braskem, com o objetivo de serem assistidos diante dos problemas causados pelo afundamento do solo quando da extração de sal-gema feito pela empresa mineradora.
Para o morador e um dos líderes do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Jackson Douglas, o pleito dos moradores é mais que justo ao pedir indenização compatível com a situações que lhes foi imposta. “Essa CPI pode ser nossa última esperança. Estamos falando de reconstruir vidas. Famílias inteiras foram prejudicadas. Precisamos dessa visibilidade. As pessoas precisam conhecer, de perto, nosso sofrimento”, pontuou ao acrescentar que existem pessoas também com sonhos nos Flexais.
A população está isolada social e economicamente desde que os demais moradores do bairro foram obrigados a deixar suas residências e pontos comerciais devido ao afundamento do solo causado pela extração de sal-gema por parte da Braskem. Inclusive a situação de isolamento em que se encontram foi tema de recente estudo feito pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e que abordou preocupações sociais e de segurança pública na região dos Flexais. O documento foi apresentado aos órgãos e entidades públicas envolvidas no assunto.
A possibilidade de o afundamento do solo ser investigado em uma CPI foi levantada quando os moradores dos Flexais receberam, na manhã de ontem, a visita do senador Renan Calheiros (MDB). A comunidade dos Flexais reclamou, pessoalmente a Renan Calheiros, de estar socialmente isolada e desassistida. Além disso, a população rejeitou a proposta de uma indenização no valor único de R$ 25 mil reais para imóvel, a título de indenização por danos patrimoniais e extrapatrimoniais.
Uma das lideranças do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Neirevane Nunes, afirmou que os 25 mil oferecidos pelo acordo nem de longe vem a reparar os danos causados aos moradores.
“As comunidades dos Flexais e Marquês de Abrantes estão tendo seus direitos violados. A única vontade é a realocação com indenizações justas. Por diversas vezes estivemos presentes em audiências e reuniões com a Força Tarefa e Prefeitura de Maceió. Mas era sempre um jogo de cartas marcadas. No entanto, as últimas reuniões realizadas nos Flexais com a presença da Defensoria Pública do Estado com o doutor Ricardo Melro e do senador Renan Calheiros têm sido extremamente importantes, pois estão elevando as discussões sobre o caso Braskem em nível nacional e fortalecendo assim os questionamentos que as vítimas da mineradora têm feito desde o início sobre os abusos da empresa e acordos que são celebrados sem a anuência da população afetada”, detalhou Neirevane Nunes. Segundo ela, todos os estudos realizados apontam os impactos socioambientais sofridos pelas comunidades Flexais e Marquês de Abrantes. “Não há condições nenhuma de habitabilidade e vida saudável nestas áreas”, frisou.
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