Cidades

Justiça conduz júri popular do acusado de matar o menino Kauã

Durante a manhã e início da tarde, foram ouvidas quatro testemunhas; sessão segue com depoimento do réu e debates entre acusação e defesa

Por TJ/AL 25/07/2023 15h59
Justiça conduz júri popular do acusado de matar o menino Kauã
Juiz Geraldo Amorim questiona testemunha; à direta, o réu Fernando acompanha - Foto: Caio Loureiro/TJAL

O julgamento de Fernando Henrique da Andrade Olegário, acusado de homicídio contra o menino Márcio Kauã Ferreira Acioli, está sendo realizado durante esta terça-feira (25), no Fórum da Capital. No início da sessão, o juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara Criminal, estimou que a sentença deverá ser proferida nesta noite.

Durante a manhã e início da tarde, foram ouvidos um policial civil que atuou no caso; a menor que tomava conta de Kauã e hoje está custodiada cumprindo medida socioeducativa; a mãe e a irmã da menor.

Durante a tarde e noite, haverá o depoimento do réu, e os debates entre acusação e defesa, em sustentações orais que podem durar por até 5h.

O promotor Antônio Villas Boas, do Ministério Público de Alagoas, disse que o órgão espera a condenação do réu por homicídio duplamente qualificado, fraude processual, corrupção de menores e comunicação falsa de crime."Não resta outro caminho ao Conselho de Sentença", sustentou Villas Boas.

A defesa de Fernando Henrique, que é feita pela Defensoria Pública do Estado, não fez declarações à imprensa.

O caso


Márcio Kauã tinha apenas dois anos, em 18 de abril de 2022, quando morreu por traumatismo craniano, de acordo com perícia realizada. O menino havia sido deixado pela mãe sob os cuidados de uma adolescente, que mantinha um relacionamento com Fernando e estava com ele no dia.

Em depoimento, a adolescente contou que estava no banheiro quando ouviu um barulho e em seguida viu Kauã se debatendo no chão. Porém, Fernando pediu que ela contasse à mãe de Kauã uma história falsa, de que o menino havia desaparecido próximo a um ponto de ônibus, para encobrir a verdade.

A adolescente contou ainda que Fernando enrolou a criança já morta em uma camisa e levou o corpo para um matagal, no Benedito Bentes. O réu então informou às autoridades policiais sobre o suposto sumiço.

Após constatar que as câmeras de segurança da região não mostravam a presença de Fernando ou da adolescente no local onde o menino teria sido perdido de vista, a polícia questionou o réu sobre o que realmente havia ocorrido.

Fernando inicialmente afirmou que Kauã havia sofrido um acidente, e que apenas teria ouvido um barulho e na sequência visto o menino se debatendo. Depois, o réu mudou a versão, admitindo que bateu em Kauã, e contando que a criança acabou batendo com a cabeça em uma parede ao ser agredido.