Cidades

Eleição da nova diretoria do Sindjornal está marcada para a próxima sexta-feira

Apenas uma chapa concorre ao pleito, que pode não ocorrer devido à possibilidade de judicialização por candidatura indeferida

Por Luciana Beder - Colaboradora com Tribuna Independente 29/04/2023 09h10
Eleição da nova diretoria do Sindjornal está marcada para a próxima sexta-feira
Única chapa concorrente, “Outras Palavras” se candidata com a promessa de garantir direitos básicos para a categoria dos jornalistas - Foto: Edilson Omena

Está marcada para a próxima sexta-feira (5) a eleição da nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) para a gestão 2023/2026. Apenas a chapa “Outras Palavras”, que tem o jornalista Alexandre Lino como candidato à presidência, está

concorrendo porque a chapa “Renovar e Reconquistas Direitos”, encabeçada pelo jornalista Marcos Rolemberg, teve sua inscrição indeferida pela comissão eleitoral da entidader. Contudo, a eleição pode não ocorrer, caso haja judicialização por parte da chapa indeferida.

De acordo com a Comissão, formada pelos jornalistas Carlos Roberto Pereira Leite, Lucas Oliveira Lisboa, Rafael Maurício da Rocha Maynart e Vera Lúcia Alves da Silva, a chapa “Renovar e Reconquistar Direitos” solicitou registro e apresentou documento após o prazo previsto no edital e sua composição estava incompleta, resultando no indeferimento.

Sobre a possibilidade de judicialização, os integrantes da Comissão Eleitoral preferiram não se pronunciar, o que somente farão, ainda assim tecnicamente, caso ocorra.

OUTRAS PALAVRAS


O candidato à presidência Alexandre Lino, da chapa “Outras Palavras”, disse que tomou a decisão de concorrer para garantir os direitos básicos dos jornalistas como categoria, além de atuar nos novos desafios da profissão.

“Tomei essa decisão conversando com muitos colegas nas últimas semanas e sem dúvidas entendo que temos uma missão de unificar nossa categoria. Participei ativamente da conquista recente que garantiu o piso salarial nas assessorias de imprensa do Governo de Alagoas. Essa ação me motivou ainda mais, pois serviu para mostrar a nossa capacidade de diálogo”, afirmou.

Lino destacou ainda como objetivos da chapa a reestruturação da sede do sindicato; cuidar da saúde mental dos jornalistas; e também incentivar a prática esportiva; além de trazer de volta os prêmios, eventos e o contato presente com os aposentados. E o candidato afirmou lamentar a possibilidade de judicialização.

“Lamento que a eleição esteja sob a constante ameaça de judicialização, movida por um grupo que perdeu o prazo de inscrição da chapa e que também não reuniu o número necessário de jornalistas. E olha que tentei o diálogo durante todo o tempo, buscando a unidade, mas outros interesses de alguns deles não permitiram que caminhássemos juntos”, disse Lino.

Jornalista Alexandre Lino encabeça a chapa “Outras Palavras” (Foto: Edilson Omena)



Chapa indeferida pretende judicializar


Já o candidato da chapa indeferida “Renovar e Reconquistar Direitos” Marcos Rolemberg disse que pretende judicializar a eleição por entender que o processo está repleto de irregularidades. “Começando pela formação da Comissão Eleitoral. Os membros não foram eleitos conforme as regras do estatuto. Além disso, a Comissão Eleitoral está agindo com parcialidade desde o início desse processo e o presidente do sindicato, Izaías Barbosa, também agiu de forma indevida no momento do registro da chapa”, afirmou.

Rolemberg disse que se sentiu prejudicado por não haver nenhum membro da Comissão Eleitoral no momento da inscrição. “A secretária e o Izaías começaram a indeferir pessoas da nossa chapa, dizendo que esse não é sindicalizado, esse não está adimplente... Só que não cabia a eles fazerem isso. O estatuto prevê que só temos que registrar e depois a Comissão Eleitoral é que vai olhar um por um. Nós tínhamos as 36 pessoas, mas numa conduta muito equivocada, antidemocrática, o presidente atual começou a indeferir pessoas, coisa que não fez com a outra chapa, não teve a mesma postura com a outra chapa e ele nem poderia fazer isso que não era papel dele”, disse.

“Renovar e Reconquistar Direitos” é encabeçada por Marcos Rolemberg (em destaque) (Foto: Divulgação)



O candidato da chapa indeferida disse também que tentou resolver amigavelmente, com diálogo. “Não fomos atendidos e ainda estão nos tratando como radicais. Sendo que estamos ouvindo todas as barbaridades que dizem contra nós, calados. Lembrando que 80% da nossa chapa é de pessoas sem experiência sindical, gente que quer renovar e que quer um sindicato moderno e atuante. Estou muito triste com essa situação porque pensar ao contrário do outro não significa que somos inimigos. Nós queremos o melhor para a categoria, tentamos buscar o diálogo, mas, infelizmente, estamos sendo muito trucidados e de uma forma muito covarde e injusta”, contou.

Entre as propostas para a categoria, o candidato da chapa indeferida destacou a busca por uma sede própria. “É preciso também deixar de atuar apenas e tão somente em favor dos jornalistas que trabalham nas grandes empresas. Os jornalistas que estão no interior, os que atuam em assessorias de comunicação, os aposentados, os demitidos também querem se fazer representados. Queremos organizar eventos para arrecadar fundos. Fazer uma política de transparência. Hoje, nosso sindicato não tem nem um site. Queremos que quem contribui com o sindicato possa ter algum benefício que seja, como um desconto em farmácias, no cinema ou num show”, disse.

Atual presidente do sindicato da categoria vê pleito com bons olhos


Para o atual presidente do Sindjornal, Izaías Barbosa, a eleição representa o exercício pleno da democracia. “Os jornalistas vão ter oportunidade de ir às urnas para confirmar a sua escolha, o seu candidato. Neste ano, temos chapa única mais uma vez. Das outras vezes, foi chapa única por consenso. Desta vez, porque só uma chapa seguiu a regra que diz o estatuto da nossa categoria. Mesmo assim, os companheiros terão que ir às urnas para confirmar, para dizer se é isso mesmo que querem, se é essa a melhor opção para a gente, para conduzir o sindicato nesse triênio, que vai de 2023 a 2026”, afirmou.

Barbosa destacou ainda a importância do sindicato e do interesse pela militância por parte dos jornalistas mais jovens. “Há um tempo, só a chamada velha guarda que se interessava e segurava essa bandeira de luta, bandeira essa de várias conquistas que nós temos. Agora, estamos vendo que estão aparecendo colegas novos no jornalismo e até mesmo pessoas que ainda não militavam no sindicato, que estão se interessando. Vemos com bons olhos porque é sempre bom sangue novo no sindicalismo, porque aí vêm novas ideias e a categoria só tem a ganhar com isso. O sindicato, ao longo de 65 anos, tem brigado e conquistado muito para nossa categoria”, disse.

Sobre a afirmação do candidato da chapa indeferida, o presidente do sindicato disse que ele está faltando com a verdade. “Em momento nenhum indeferi nome da chapa dele, até porque não tinha poder para isso. Ele era o representante da chapa, ele quem tinha que apresentar para a comissão. O sindicato não tinha poder para isso, eu estava lá como representante do sindicato e em momento nenhum interferi no processo”, afirmou.