Cidades
Alagoano que viveu mais tempo com coração transplantado no Brasil morre de câncer
Francisco Sebastião de Lima tinha 51 anos e era o transplantado cardíaco mais longevo do país

Morreu na madrugada desta terça-feira (11) aos 51 anos de idade Francisco Sebastião de Lima, o transplantado cardíaco mais longevo do Brasil. Ele recebeu o novo coração em 21 de março de 1989, em Aracaju, em um procedimento liderado pelos cirurgiões José Wanderley Neto (AL) e José Teles (SE), que se tornaram pioneiros na modalidade.
Chico, como também era conhecido por familiares e pessoas próximas, superou o advogado paulista Tanabi Waldir de Carvalho, que viveu 32 anos com o coração doado e faleceu com 82 anos de idade. Nos demais países da América do Sul não há registro de casos do gênero e as entidades nacionais brasileiras não dispõem de informações seguras sobre a longevidade de outros transplantados cardíacos no mundo.
Nos anos 1980, transplantes de coração no país só haviam sido realizados em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul.
Natural do município alagoano de Santana do Mundaú, Francisco sofria de insuficiência cardíaca grave em consequência de mal de Chagas e precisava na época de um transplante imediato para continuar vivo. O coração foi doado em Aracaju e Francisco foi levado por José Wanderley até lá, onde juntamente com José Teles realizou o transplante no Hospital de Cirurgia.
Durante seus 34 anos com outro coração, Francisco sobreviveu a dois eventos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), que deixaram sequelas na fala e nos movimentos. Ainda assim levou a vida em frente, ajudando sua família e cuidando da saúde. Não contava, porém, com o surgimento de um melanoma – câncer de pele de grande malignidade. Chico morreu em casa, ao lado dos familiares.
Nota de pesar
Em pronunciamento na Assembleia Legislativa, José Wanderley – hoje Doutor Wanderley, deputado estadual pelo MDB - lamentou o falecimento de Francisco Sebastião de Lima.
- Com muito pesar – disse ele na tribuna da ALE - comunico o falecimento de Francisco Sebastião, que aos 17 anos fez o primeiro transplante cardíaco da região e também se tornou o transplantado mais longevo do Brasil. Sua sobrevida por mais de três décadas marcou não apenas a história da cardiologia alagoana, mas do Brasil. Doutor Wanderley e sua equipe fizeram mais de 50 transplantes cardíacos em Alagoas.
O parlamentar solicitou que a Mesa Diretora da Assembleia emita nota de pesar para Francisco, destacando o caráter e importância da sua longevidade como transplantado. Ele ainda alertou para a importância do atendimento médico de casos de insuficiência cardíaca. "Por isso estou solicitando ao governador Paulo Dantas a construção do primeiro ambulatório de eficácia cardíaca de Alagoas", disse.
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