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Documentário sobre cirurgião alagoano será exibido nesta quinta-feira no cinema

Filme destaca a atuação do cirurgião alagoano em seus 50 anos de medicina

Por Assessoria 22/03/2023 23h55 - Atualizado em 23/03/2023 00h06
Documentário sobre cirurgião alagoano será exibido nesta quinta-feira no cinema
Cirurgião cardiovascular José Wanderley Neto - Foto: Reprodução

Será exibido nesta quinta-feira (23) no Cine Arte Pajuçara o documentário produzido pelo escritor e cineasta Rosalvo Acioli sobre a vida social, científica e política do cirurgião cardiovascular José Wanderley Neto.

O filme destaca a atuação do cirurgião alagoano em seus 50 anos de medicina, que o tornou nome reconhecido na área em todo o Brasil e também no exterior, e aborda sua participação na política. Eleito no ano passado deputado estadual como Dr. Wanderley, ele já foi vice-governador em duas ocasiões e dirigiu praticamente todas as entidades nacionais da área de cardiologia.

O filme está cadastrado e registrado na Cinemateca Brasileira, que já disponibilizou um DVD do documentário para os estudiosos do segmento cinematográfico, e também no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, onde está disponível para ser exibido a sócios e aos interessados. Na Cinemateca Brasileira, o documentário será incluído na grade de programação para exibição no próximo ano.

A seguir, o diretor Acioli fala sobre como foi produzido o documentário, participações gerais, as impressões do homenageado e sua relação com o cinema.

Por que produzir um documentário sobre o Dr. Wanderley?

Decidi produzir o documentário quando, cerca de três anos atrás iniciei a pesquisa e a elaboração de sua biografia, que será publicada ainda este ano. Antes havia pesquisado e escrito o livro “Contribuição à História da Cardiologia em Alagoas”, editado e publicado em 2018, o que me possibilitou apresentar a história de vida e de relacionamentos médicos e sociais do Dr. Wanderley, sempre caridoso com os pacientes operados e salvos.

Aliás, quando eu propus escrever sobre sua vida e sua atividade médica, ele relutou, sempre afirmando: ‘Não tenho material para isso’. Claro que, com esse argumento, ele expressava sua simplicidade, embora eu constatasse a importância e a dimensão do seu contributo médico, científico e social para a história da cardiologia alagoana e brasileira.

Quanto demandou de tempo e investimento para produzir o documentário?

Dois anos. Convidei dois profissionais: o cinegrafista Moysés Medeiros, que havia realizado filmagens de seminários por mim promovidos, e o editor de imagens Luiz Gustavo Lima, profissionais que conhecia há muito tempo. Com minha sugestão do contexto fotográfico, Moysés Medeiros captou as imagens de quase nove horas de filmagens de vinte duas pessoas que entrevistei, inclusive Dr. Wanderley e sua mãe. Posteriormente, após realizar parte das filmagens, compus ao piano a música de abertura e as vinhetas, e Bruno Acioli, meu filho, compôs ao piano a música de encerramento. Com as composições definidas, solicitei ao maestro Luiz Carlos Angelo que fizesse os arranjos e a interpretação.

Houve também o trabalho de outros parceiros: Chico de Assis narrou os textos; Ricardo Pianola gravou e mixou em seu estúdio o áudio da narração e das músicas; Kézia Karen colaborou com os caracteres; Waldson Gouveia Júnior tratou as imagens fotográficas incluídas no documentário. Nesse ínterim, Luiz Gustavo Lima havia iniciado a montagem do documentário, trabalhando em períodos intercalados até a conclusão da edição e da finalização do filme.

Durante a preparação do documentário optei por elaborar o roteiro mentalmente, compreendendo que não precisaria escrevê-lo porque não deveria trabalhar com um roteiro fechado – esse é meu método. Enfim, realizei o documentário com recursos limitados, apoiado por esses colaboradores, sobretudo com a generosidade de Moysés Medeiros e de Luiz Gustavo Lima.

Você já fez outros documentários antes? Quais?

Desde criança sou fascinado pelo cinema. Após ir pelas primeiras vezes aos cinemas São Luiz e Lux aos sábados e domingos assistir desenhos infantis e filmes de aventura, inventei aos oito anos um cineminha em casa com uma caixa de sapato recortada no meio, semelhante a uma tela. Eu criava uma pequena estória e desenhava num rolo de papel de máquina contábil. Quando os desenhos ficavam prontos, eu enrolava o papel num carretel de linha, de madeira, prendia-o na parte de traz da caixa com um arame, acendia a luz do abajur por traz do papel desenhado e apresentava para meus coleguinhas vizinhos a estória narrando e movendo quadro a quadro.

Esse mundo imaginário continuou e continua me encantando. Então, desde criança, sou cinéfilo. Décadas mais tarde, em meados do decênio 2000, realizei algumas filmagens entrevistando cardiologistas da equipe de cirurgia do Instituto de Doenças do Coração da Santa Casa de Maceió, tendo utilizado uma câmera Super VHS.

Esses filmes foram editados por um amigo e depois os arquivei para uma posterior produção, que talvez se concretize futuramente. E antes, havia filmado cenas em algumas partes da cidade de Maceió, depois armazenadas em um pequeno disco digital disponível naquela década. Tenho alguns projetos de documentários e de ficções que pretendo realizar. Iniciei dois documentários recentemente.

Quais informações no documentário você mais destacaria?

Destaco o conjunto de testemunhos dos colegas do Dr. Wanderley que estudaram em Palmeira dos Índios no colégio Pio XII o ginásio e o científico, dos médicos que com ele conviveram durante sua formação em Maceió e no Rio de Janeiro e das pessoas nas suas relações sociais, por reconhecerem sua dedicação e seu empenho na promoção do bem comum em benefício dos pacientes e da medicina, principalmente por meio do Sistema Único de Saúde, do qual ele foi um dos incentivadores e fundadores no Brasil.

Onde mais o documentário será exibido?

Estou mantendo entendimentos para o filme ser inscrito e exibido em festivais de documentário. Com o registro da marca “Manhã de Midas” no Instituto Nacional de Propriedade Industrial no ano passado, o documentário “Um cirurgião de coração – José Wanderley Neto” tornou-se protegido legalmente. E recentemente o filme foi cadastrado e registrado na Cinemateca Brasileira, onde um DVD está disponível para os estudiosos do segmento cinematográfico, e no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, onde pode ser exibido aos sócios da entidade e interessados. Na Cinemateca Brasileira, o documentário será incluído na grade de programação para exibição no próximo ano. Provavelmente também será exibido futuramente em algum canal de televisão aberto ou por assinatura.