Cidades
Turma vende água para custear formatura
Formandos levantam verbas também com rifa e vaquinha para realizar festa que foi cancelada após cerimonialista sumir com o dinheiro

Vítimas de golpe, os formandos de ensino médio de uma escola na parte alta de Maceió estão vendendo água na praia aos finais de semana, para arrecadar dinheiro e realizar a tão sonhada festa de formatura. Além da venda de água, eles criaram uma vaquinha virtual e rifa para angariar recursos.
A analista administrativa Cinthya Laís faz parte da comissão de pais que está à frente, organizando e tentando arrecadar recursos para a realização da formatura. Segundo ela, o baile de formatura será realizado no dia 10 de março.
“Antes, eram oito alunos que faziam parte da comissão. Depois do que aconteceu, montamos uma comissão de pais. Assim, a gente busca as soluções e leva para o grupo de pais para entrarmos todos em concordância”, contou Cinthya Laís.
Segundo a mãe, faltam R$ 7.500 para realizar a festa. “A escola doou R$ 15 mil, os avós de uma aluna doaram R$ 2 mil e com a rifa, vaquinha e venda de água estimamos conseguir mais R$ 15 mil. Uma cerimonialista irá doar o cerimonial, o som e a iluminação e conseguimos banda e DJ também como doação. Se conseguirmos arrecadar o valor que estamos estimando, cada pai terá que desembolsar ainda cerca de R$ 300”, explicou.
Para ela, foi um baque muito grande descobrir que a festa, marcada para o dia 13 de janeiro, não aconteceria. “Estava tudo pronto, roupa dos formandos, roupa dos pais, lembrancinhas, maquiagem e cabelo agendado. Quando descobri, estava ajeitando as lembrancinhas. E esses adolescentes, quase iniciando a vida adulta, passar por isso, ser enganados, é muito difícil, a visão que eles têm do mundo fica mais pesada”, contou.
De acordo com Cinthya Laís, o baile de formatura vai ser mais lindo e emocionante. “Todo esse esforço que estamos fazendo é, principalmente, para que eles saibam que pode haver muita gente ruim no mundo, que, possivelmente, sofrerão alguns golpes durante a vida, mas que eles precisam ser resilientes e tentar dar a volta por cima sempre”, afirmou.
Segundo delegado do caso, prejuízo estimado é de cerca de R$ 200 mil
Segundo o delegado Igor Diego Vilela, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), o prejuízo estimado é em torno de R$ 200 mil e cerca de 50 pessoas foram ouvidas no inquérito que apura as denúncias de golpe aplicado pelo produtor de eventos Felipe Lima.
O produtor de eventos foi preso na última quinta-feira (2). Ele foi encontrado na casa de parentes, no município de Marechal Deodoro, em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido pela 10ª Vara Criminal da Capital.
Ainda de acordo com o delegado, a Polícia Civil vai pedir o bloqueio das contas bancárias e restrições patrimoniais do cerimonialista e ele deve ser indiciado pelo crime de estelionato.
“Vamos pedir o bloqueio das contas bancárias, bem como também as restrições patrimoniais para que, eventualmente, esses bens sendo encontrados, possam servir para realizar o ressarcimento dessas vítimas. Ele reconhece que não cumpriu algumas coisas dos contratos e a polícia irá concluir o caso após ouvir às vítimas”, afirmou Igor Diego Vilela.
Segundo a analista administrativa Cinthya Laís, os pais têm poucas esperanças de reaver o dinheiro que foi pago ao produtor de eventos. “Mesmo, em entrevista, ele dizendo que irá penhorar um bem para devolver o dinheiro, achamos que ele só quer ganhar tempo e sair bem na mídia. Sentimos que a justiça começou a ser feita, apesar de estar só começando, pois queremos de verdade que ele nunca mais faça nenhum formando, nenhum pai e mãe passar pelo que passamos. O dano não foi só financeiro, o maior dano foi emocional”, disse.
Mais lidas
-
1Copa do Brasil
Ingressos para CRB x Santos estão à venda em terceiro lote
-
2Crime bárbaro
'A Reserva' final explicado: Quem matou a jovem Ruby na série?
-
3Orçamento crítico
Ufal confirma que pode “fechar as portas”
-
4'Vale a Pena Ver de Novo'
Vilão intenso e revoltado! Como Alexandre morre em 'A Viagem'?
-
5Samu
Mulher cai de altura de cinco metros no viaduto do Jacintinho