Cidades
Ambulantes denunciam caso de injúria racial à comissão da OAB Alagoas
Somente este ano, a Comissão de Promoção da Igualdade Racial já recebeu 10 denúncias de injúria racial praticadas no estado
A Comissão de Promoção da Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) recebeu, nesta terça-feira (11), mais uma denúncia de injúria racial. Desta vez, o alvo foi um casal de ambulantes que atua no bairro da Ponta Verde, em Maceió. O crime teria ocorrido no último dia 9, quando acontecia um ato realizado por policiais. Só este ano, a Ordem já recebeu 15 denúncias, sendo 10 delas de injúria racial e cinco de intolerância religiosa.
As vítimas, que não estavam no ato, mas sim trabalhando na comercialização de milho, foram agredidas verbalmente por um casal que passava pelo local. Um dos ambulantes estava usando uma camiseta vermelha e um dos agressores aproximou-se e começou a chamá-lo de ladrão.
Em outro momento, a agressora também passou a agredir os dois ambulantes. Ela chamou a mulher de “negra vagabunda, baleia e ladrona” e, dirigindo-se ao homem, o chamou de “preto e ladrão”. Como se não bastasse, o agressor ainda dirigiu a palavra para todos os ambulantes presentes, fazendo uso de termos ofensivos.
O carrinho de milho das vítimas chegou, inclusive, a ser danificado. As vítimas ficaram, então, impedidas de trabalhar e garantir o sustento da família. A violência gratuita foi presenciada por diversas pessoas que estavam na orla durante a ocorrência, inclusive ouvindo a injúria racial.
Os envolvidos no caso foram levados à Central de Flagrantes, onde foi registrado o Boletim de Ocorrência. O casal agressor, que vai responder por injúria racial, pagou fiança e permaneceu em liberdade. Diante disso, o casal que foi vítima das agressões está com medo de circular na região em que trabalha, considerando que os agressores residem na parte baixa da cidade e podem praticar algum tipo de retaliação.
As vítimas estiveram na OAB/AL para solicitar apoio. De acordo com a presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Racial, Ana Clara Alves, o caso será acompanhado de perto para que não caia no esquecimento. “Vamos atuar para conferir se vai haver, de fato, responsabilização nas esferas criminal e cível”, afirmou.
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