Cidades
Motoristas por aplicativos bloqueiam avenidas de Maceió e cobram mais segurança para categoria
Eles querem agilidade e respostas sobre o assassinato de Amanda Pereira, de 27 anos, morta na noite dessa segunda-feira (15) após aceitar uma corrida
Vários pontos de Maceió foram bloqueados por motoristas por aplicativo nesta terça-feira (16). A categoria cobra mais segurança. Os protestos foram realizados após a morte de Amanda Pereira dos Santos, 27 anos, que trabalhava como motorista por aplicativo, ser encontrada morta após aceitar uma viagem de Rio Largo a Marechal Deodoro.
O ato começou por volta 8h15 na Avenida Fernandes Lima, no Farol, na altura do Cepa. Em seguida o grupo bloqueou a Avenida Menino Marcelo, conhecida como Via Expressa, próximo ao bairro do Anatares, na parte alta da capital. Além dessas avenidas, eles também fecharam na manhã desta terça-feira (16), a Avenida Gustavo Paiva, no bairro da Mangabeiras.
A categoria também informa que vai seguir com a manifestação até o Centro da cidade para o Comando Geral da Polícia Militar. Os condutores cobram uma ação rápida da polícia no caso da motorista assassinada na noite dessa segunda-feira (15).
"A gente não tem segurança nenhuma. Todo dia é uma novidade, todo dia é um assalto, um pai de família perdendo a vida. Estamos com medo de trabalhar", disse uma motorista que estava no protesto.
Para Alex Félix, presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativo do Estado de Alagoas (Ampaeal), é preciso ação imediata no que se refere à segurança da categoria.
"Nos últimos meses tivemos três casos de violência que chamaram atenção. A gente precisa ter segurança para continuar trabalhando. Além dessa morte outras duas foram registradas, sendo uma em Arapiraca e duas na capital. Teve os casos de assaltos e da tentativa de uma outra motorista. Os atos estão sendo realizados por grupos diferentes, não pela associação, mas cada um está pedindo a mesma coisa, segurança", pontua Félix.
A Polícia Militar e a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) foram acionadas para controlar o trânsito nos locais dos protestos e negociar a liberação da via.
O CASO
O corpo da motorista de transporte por aplicativo Amanda Pereira Santos foi encontro no bairro de Benedito Bentes, parte alta de Maceió, na noite desta segunda-feira (15). Ela tinha 27 anos de idade e tinha aceitado uma corrida de Rio Largo a Marechal Deodoro.
Durante a corrida, de acordo com a polícia, seu marido perdeu o contato com a motorista que acionou a polícia na tarde desta segunda em estado desespero. A motivação para o crime segue desconhecida e ninguém foi preso até o momento.
O carro de Amanda, um Volkswagem Voyage, foi encontrado abandonado no bairro Cidade Universitária, nas proximidades do Conjunto Village Campestre II. Seu corpo, horas depois.
Amanda não apresentava perfurações por arma branca ou arma de fogo e ela pode ter sido assassinada por asfixia. A causa da morte ainda será confirmada pelo Instituto Médico Legal (IML).
COLETIVA
Uma coletiva de imprensa foi agendada para está terça (16) pela Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) para trazer detalhes sobre o assassinato da motorista Amanda Pereira, 27 anos, e também para apresentar atualizações sobre a investigação do crime contra a também motorista por aplicativo Alayne da Silva, 28, que sobreviveu após ser baleada em assalto.
Os delegados Gustavo Xavier, delegado-geral da PC/AL, e Rodrigo Sarmento, responsável pelo inquérito da morte de Amanda devem divulgar informações que foram apuradas até o momento sobre o crime contra a jovem. Alayne foi sequestrada e teve o carro levado por criminosos enquanto fazia uma corrida no dia 20 de junho deste ano.
Família já havia solicitado para Amanda deixar essa função
Em entrevista para uma emissora de rádio local, a mãe de Amanda Pereira, Valdice Amâncio, disse que já havia pedido para a filha largar esta função de motorista por aplicativo, que ela era contra por causa dos riscos. No entanto, ouvia da filha que era a forma de conseguir dinheiro honestamente.
De acordo com sua mãe, a motorista era formada em Engenharia Civil e Segurança do Trabalho. "Amanda trabalhava como Uber porque o mercado de trabalho não estava bom em sua área e esta foi a forma que ela conseguiu para ter dinheiro e ajudar a família dela. Estava dando certo".
Dona Valdice contou ainda que quando a filha saiu de casa no final da tarde da segunda-feira (15) ligou para ela avisando da viagem. “Ela disse que estava pegando a corrida em Rio Largo e quando deixasse os passageiros em Marechal Deodoro iria voltar para ficar comigo no hospital porque eu estava internada. Mas depois tentamos falar com ela e nada de conseguir. E ela não era disso. Daí começou uma agonia".
A mãe de Amanda disse ainda que ela alertou a colegas em um grupo no WhatsApp formado por motoristas de app de que estava em uma corrida suspeita. Depois de 20 minutos, os participantes do grupo viram que ela não respondia as mensagens e houve o início das buscas.
"Eu estava internada, tomando medicamento, não tinha como seguir o rastreamento. O marido dela também tinha o código para quando ela tivesse em perigo, mas não deu nem tempo. O pai dela é policial, estava de plantão, mobilizou tudo e encontraram nossa filha morta", conta Valdice emocionada.
Ainda segundo a família, Amanda estaria juntando dinheiro para realizar uma festa de aniversário para sua mãe.
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