Cidades
Farmácias de Alagoas estão com escassez de medicamentos
Falta atinge principalmente remédios para crianças; segundo CNM, 80% dos munícipios do país sofrem com situação
Medicamentos populares como a dipirona, paracetamol e antibióticos como amoxicilina têm “sumido” dos estoques de farmácias e centros de distribuição pública em todo o estado. A situação vem sendo observada em todo o país e segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), atinge 80% das cidades brasileiras. Em Alagoas, os remédios pediátricos são os mais difíceis de encontrar.
O farmacêutico Bruno Rocha é proprietário de duas farmácias no município de São Luiz do Quitunde, região Norte de Alagoas e conta que além da escassez, os preços tem sofrido mudanças e há limitações inclusive na quantidade solicitada aos distribuidores.
“Estamos enfrentando isso, a gente está tendo muita falta de medicamento, aqueles que mais as pessoas utilizam. Medicações comuns como dipirona, xarope, paracetamol para criança, o amoxicilina. Os clientes vêm em busca e não encontram, não tem nas farmácias e também não tem no distribuídos. Quando tem o valor vem alto e também em pouca quantidade pro CNPJ. Às vezes vêm seis para as farmácias. Então a população está sendo afetada nisto e também pela questão do valor. Quando chega o valor é muito alto em relação ao que era anteriormente”, pontua.
Bruno Rocha afirma que é para os estabelecimentos locais é difícil evitar o desabastecimento.
“O que temos feito é comprar o máximo da distribuidora, pesquisar em todos que existem aqui no estado e tentar ter estoque. Quando aparece a gente já compra a quantidade. Como num xarope que está faltando sempre, você tem mas é obrigado a comprar. Então é o que eu faço muito. Quando aparece a gente compra, infelizmente precisamos comprar pelo preço que chega. Se não comprar, acaba ficando sem estoque”, explica.
Membro do Conselho Regional de Farmácia, Eline Baracho detalha que a escassez de medicamentos tem atingido todo o país e está ligada a escassez de matéria prima importada. A situação tem impactado também o setor hospitalar.
“Realmente eu tenho observado no dia a dia a falta de alguns medicamentos devido à escassez da matéria prima, mas não só nos municípios e sim a nível nacional. O Brasil passa por uma crise de abastecimento de medicamentos que afeta não só farmácias, mas hospitais e unidades básicas de saúde. Essa escassez ela é decorrente da ausência de matéria prima para compor a formulação dos medicamentos já que o Brasil importa. Então, esse process de importação foi prejudicado em decorrência da guerra da Ucrânia e o lockdown da China. E alguns exemplos de medicamentos que estão em falta são a dipirona suspensão, alguns antibióticos suspensão também, soro e diuréticos. Tanto para a fabricação dos medicamentos quanto a fabricação das embalagens devido ao aumento do petróleo. Já que a fabricação das embalagens dos remédios utiliza derivados do produto”, esclarece.
Cosems acompanha situação de estabelecimentos
O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems) vem acompanhando a situação. O responsável pelo Joelson Lisboa apoio do Grupo Técnico de trabalho da Assistência Farmacêutica – GTTAF da rede Conasems/Cosems diz que a falta de medicamentos pode contribuir inclusive para ocorrência de óbitos nos atendimentos de saúde.
“Estão em falta antimicrobianos, mucolíticos, anti-histamínicos e analgésicos, entre outros, nas farmácias, e de dipirona sódica, soro de reidratação, itens indispensáveis à analgesia em cirurgias, antimicrobianos e diuréticos em hospitais, o que compromete o desfecho dos tratamentos prescritos e pode aumentar a ocorrência de complicações e de mortalidade nos estabelecimentos de saúde.
Alguns exemplos são a Dipirona Sódica 500mg/mL, Neostigmina, Amoxicilina 500 mg Cáps, Ocitocina, Aminoglicosídeos (Amiicacina e Gentamicina), Imonuglobulina Humana e mais recentemente, solução de cloreto de sódio (soro fisiológico).
Providências
A entidade afirma que já solicitou providências ao Ministério da Saúde.
“O Cosems tem estimulado os municípios a preencherem o aplicativo do Conasems ‘Monitora AF’. Esse aplicativo copila todas informações inerentes às faltas de medicamentos, quer seja na assistência farmacêutica básica, quanto na hospitalar. Isso nos auxilia para tomada de decisões, a exemplo do ofício encaminhado ao Ministério da Saúde, relatando esse sério problema. Além disso, estimulamos os municípios a realizarem permuta de medicamentos, enquanto a situação é regularizada”, expõe.
Além dos fatores já elencados, Joelson Lisboa destaca que a tomada de decisões das indústrias farmacêuticas, principalmente com a pandemia de Covid-19 que exige maior consumo de medicamentos, influencia na problemática.
“Existe a descontinuidade da produção de alguns fármacos pela indústria para priorizar medicamentos com maior demanda gerada pela pandemia de Covid-19; Disseminação de epidemias, notadamente de síndromes respiratórias e doenças virais; e a necessidade de substituir os medicamentos em falta, o que gera um efeito cascata, dificultando o acesso aos fármacos que substituem aqueles com o abastecimento mais crítico”, enfatiza
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