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Número de focos de queimadas cresce 185% em Alagoas

Comparativo do IMA leva em consideração dados da última semana de maio deste ano e do mesmo período em 2020

Por Evellyn Pimentel 05/06/2021 15h12
Número de focos de queimadas cresce 185% em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Alagoas tem 23 focos ativos de queimadas segundo dados do Instituto do Meio Ambiente (IMA). O número registrado entre os dias 23 e 29 de maio representa 185% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. Dos 23 focos, onze estão sendo monitorados pelo IMA. Quatro registros estão em Unidades de Conservação, sendo um na Área de Proteção Ambiental da Marituba do Peixe e três na Área de Proteção Ambiental de Murici. De acordo com o IMA, desde o início do ano até agora a concentração dos focos estão em áreas com cultivo de cana-de-açúcar. “O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) emite relatórios semanais de focos de queimada, com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), reunidos e organizados pela Assessoria Ambiental de Geoprocessamento do IMA (AAG/IMA). De acordo com relatórios de 1 de janeiro a 29 de maio de 2021, a concentração dos focos de queimadas tem sido mais intensa em Coruripe e municípios vizinhos que possuem campos de monocultura de cana-de-açúcar. O IMA concede autorização para o uso de fogo controlado no caso de propriedades com solo desnivelado o bastante que impossibilite o uso de maquinário para limpeza de terreno”, diz o órgão. A preocupação em torno do aumento das queimadas tem sido constante tendo em vista o avanço dos focos em todo o país. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) apontam o descontrole no número de queimadas. Segundo o Greenpeace, só na Amazônia os registros representam um aumento de 40,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Fogo sem autorização pode ser considerado infração ambiental Em Alagoas, segundo o IMA, a maior parte das autuações de flora na caatinga correspondem ao uso de fogo sem o interesse de supressão para levantar empreendimento. “Os alvos de flora, com levantamento prévio de dados por parte da Assessoria Ambiental de Geoprocessamento do IMA, geralmente são infrações oriundas de proprietários rurais que retiram a vegetação para plantio de palma que alimenta animais, criação de gado ou aumentar a área”, diz Daniel Conceição, assessor ambiental da AAG. CONSCIENTIZAÇÃO O órgão defende que seja realizado um estudo amplo sobre as causas e as consequências das queimadas no estado. Os focos de queimadas são desencadeados em grande parte dos casos a partir de limpezas de áreas. Existe previsão legal para isto, no entanto é necessário obedecer a critérios como o controle do fogo e ter licenciamento. O que em muitos casos não ocorre. “O uso do fogo só é permitido em áreas rurais e apenas em alguns tipos de atividades como práticas agrícolas, pastoris ou florestais, mediante a autorização de queima controlada”, explica Isabel Nepomuceno, consultora ambiental. De acordo com o IMA, qualquer queimada sem autorização pode ser considerada infração ambiental, “apesar do costume popular de limpar áreas com folhas ou plantas secando utilizando o fogo, sendo totalmente restrito em área urbana. A Lei Estadual 7.454/2013 estabelece que ‘fica proibido, desde 2014, o uso do fogo, mesmo como queima controlada, de qualquer vegetação ou de qualquer espécie, em áreas urbanas’”. As penalidades vão desde embargo até aplicação de multa a depender do tamanho da área e de agravantes como fogo em Unidades de Conservação. “Quem encontrar áreas com fogo deve entrar em contato com o Corpo de Bombeiros e denunciar a prática através do aplicativo IMA Denuncie ou do WhatsApp do órgão ambiental: 98833-9407”, informa.