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BRK Ambiental apresenta plano para iniciar operação em Maceió e mais 13 cidades de AL

Empresa beneficiará 1,5 milhão de pessoas na capital e Região Metropolitana com a missão de universalizar o abastecimento de água em até seis anos e garantir o acesso de 83% da população a esgoto em até oito anos

Por Lucas França com Tribuna Hoje 01/06/2021 12h44
BRK Ambiental apresenta plano para iniciar operação em Maceió e  mais 13 cidades de AL
Reprodução - Foto: Assessoria
Atuando desde janeiro de forma assistida junto à Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), a empresa canadense BRK Ambiental, do grupo Brookfield, começa a operar em Alagoas a partir de julho. A empresa, que venceu o leilão para concessão do saneamento básico na região, vai atuar em 13 municípios alagoanos e durante coletiva apresentou detalhes da operação dos serviços de água e esgotamento sanitário na grande Maceió. A BRK Ambiental é uma das maiores empresas privadas de saneamento do Brasil e vai iniciar a operação trazendo desenvolvimento e qualidade nos serviços ofertados pelos próximos 35 anos, beneficiando diretamente 1,5 milhão de pessoas que terão acesso a água de qualidade, coleta e tratamento de esgoto. Segundo o diretor-presidente da BRK Ambiental Alagoas, Fernando Mangabeira, a atuação da empresa em Maceió, e nas cidades de Atalaia, Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco, Marechal Deodoro, Messias, Murici, Paripueira, Pilar, Rio Largo, Santa Luzia do Norte e Satuba tem como prioridade a qualidade e eficiência do serviço prestado. "Nosso compromisso é garantir o acesso da população aos sistemas de água e esgoto, promovendo melhorias que vão qualificar a operação, a entrega dos serviços e o atendimento aos clientes. Queremos transformar a realidade dos alagoanos – já que os efeitos do saneamento básico têm impacto direto no desenvolvimento socioeconômico, em especial em áreas essenciais como saúde e educação. No momento em que vivemos uma crise sanitária, é fundamental pensar no saneamento como grande impulsionador da recuperação econômica", frisa Mangabeira. Ainda segundo o diretor-presidente da BRK, as principais metas para Alagoas são a universalização dos serviços de água até 2027, o atendimento de 90% da população da região até com sistema de esgotamento sanitário até 2037 e a redução da perda de água para, no máximo 25% em 20 anos. ESTUDO E ADEQUAÇÃO Em relação aos problemas de esgotamento enfrentados em vários bairros de Maceió, principalmente em período de chuvas, o diretor de operações, Herbert Dantas, disse que um estudo vem sendo feito. "Um equipamento vai filmar os grandes coletores de esgoto para agir cirurgicamente onde possa ter vazamento e com isso faremos intervenção de manutenção para acabar com a infiltração de esgoto". O diretor-presidente e o de operações também anunciaram que será realizado um estudo para resolver de uma vez por todas o acúmulo de lixo proveniente do esgoto no Riacho Salgadinho. "A intenção é realizar um estudo para retirar e bombear o esgoto do riacho. Isso é uma promessa que sairá do papel. Não é do dia para noite, mas vamos conseguir uma solução definitiva, mas não é só um trabalho da BRK, vamos solucionar essas questões de tirar o esgoto da rua, mas temos que trabalhar em parceria com os gestores de solucionar o esgoto difuso", lembram os membros da BRK Ambiental. [caption id="attachment_452034" align="aligncenter" width="600"] Diretor - presidente, Fernando Mangabeira (Foto: Edilson Omena)[/caption] Já em relação às quedas de energia no Estado que de forma direta atrapalham o abastecimento de água, os diretores assumem que de fato prejudica e dizem que isso acontece em grande parte do país. "E quando é operado só para o sistema não tem jeito, mas onde for possível colocar gerador vai ser colocado, em especial nos reservatórios de esgoto para não ter vazão, porém quando é uma queda geral – algo grande não cabe só a nós resolvermos". Segundo Fernando Mangabeira, será entregue nos próximos dias um plano diretor que tem o diagnóstico e o prognóstico que mostram as soluções que a empresa dará para atender todas as metas. "Apresentaremos à Casal, que fará as críticas e apontará também sugestões e levaremos à Arsal [Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas] e demais gestores". Os representantes da empresa também citaram as grotas como locais que têm problemas que precisam ser solucionados. "A complexidade é tamanha que não há soluções técnicas. Levar a água é simples, o esgotamento é mais complicado nessa região. Mas, não vamos nos dar por satisfeitos e vamos levar qualidade para todos. Vamos desafiar e buscar soluções. Pelas características geográficas é mais complexo". Bairros afetados pelo afundamento do solo continuam sendo responsabilidade da Braskem Mangabeira explica que quando o edital foi lançado, o problema da Braskem já existia e os órgãos competentes junto à própria mineradora já tinham seu plano de recuperação da área, ou seja, com isso a BRK Ambiental não atuará nessas localidades. “Não temos obrigação de atender aquela área. Já estava delimitado e a Braskem é responsável pelos danos na região. Oficialmente a área que atuaremos foi definida, assim como a que não estamos atendendo. E notamos que o êxodo está grande porque a população está indo para outros bairros. E por isso, no nosso plano diretor já estamos prevendo tudo isso", frisa Mangabeira. DÍVIDAS ANTERIORES DA CASAL O investimento para o processo de universalização é de R$ 2,6 bilhões segundo o diretor administrativo financeiro, Otávio Junqueira. Já nos próximos seis meses, a empresa vai investir R$ 2 bilhões no Estado e a previsão é que 83% da população da região metropolitana tenha acesso à coleta e tratamento de esgoto nos primeiros oito anos de operação. A partir de 1 de julho começam os trabalhos. As contas anteriores a essa data são da Casal. "Não queremos perder clientes, queremos que tenham acesso à água potável e esgotamento sanitário e temos diversos meios para facilitar o pagamento dos clientes. O valor da conta é dentro do valor que já vem sendo praticado. Ou seja, o mesmo que a Casal pratica, mas naturalmente tem os ajustes anuais pela inflação, com a mesma tarifa", comentam Fernando e Junqueira. Mesmo com a chegada da BRK Ambiental, a Casal não deixará de existir. A Companhia não foi vendida e continua como uma estatal de Alagoas. A BRK venceu o leilão da concessão dos serviços de saneamento na Região Metropolitana de Maceió. A Casal permanece atuando em outras regiões do Estado, visto que a atual concessão tratou especificamente da Região Metropolitana. Na grande Maceió, a Casal continuará atuando exclusivamente com a captação de água bruta no manancial e tratamento dessa água em 10 das 13 cidades, excetuando Atalaia, Barra de Santo Antônio e Marechal Deodoro, essa captação e tratamento passam a ser serviço da BRK. E toda água produzida e tratada pela Casal será fornecida pela BRK, que compra o produto e dá sequência aos procedimentos para garantir o fornecimento e a qualidade até chegar à casa dos clientes. Já o esgotamento sanitário será de responsabilidade da BRK Ambiental em todos os municípios contemplados pela concessão. [caption id="attachment_452053" align="aligncenter" width="600"] Foto: Melanie Mariño[/caption] Questionados sobre a forte influência política da estatal, e o 'perdão' de dívidas, Mangabeira disse que eles iniciam os serviços sem dívidas. "Anteriormente é tudo da Casal. Nesses 25 anos, operando em 13 estados do Brasil, atuamos juntos aos clandestinos, se perfura a rede e retira água, é ação criminal e vamos coibir esse tipo de procedimento, iremos atuar como deve ser. Cabe à Justiça dar o encaminhamento necessário ao caso. É uma questão justa. Eu tenho relação com os consumidores oferecendo o serviço. Queremos atuar de uma forma que todos sejam beneficiados. Vamos sim fiscalizar e quando for o caso denunciar. O patrimônio público não é da BRK, os bens são públicos e ficaram sob nossa direção, mas ao final do contrato retornam. É da população", finaliza. GERAÇÃO DE EMPREGOS A BRK Ambiental chega ao Estado com a estimativa de gerar cerca de 500 empregos diretos e mais de 1,5 mil indiretos neste primeiro momento. Desde a abertura do processo de seleção, em fevereiro, a unidade recebeu mais de 18 mil currículos para as mais diversas áreas de atuação nos setores administrativo, técnico e operacional. As admissões acontecem em meio a um cenário de crise econômica e elevada taxa de desemprego no país. O processo seletivo para contratação direta dos funcionários está em andamento e é realizado pela equipe da BRK Ambiental em parceria com a empresa Recruitment. As vagas estão disponíveis para acesso no endereço: www.recruitament.com.br/vagas. E novas oportunidades, segundo os diretores, serão anunciadas até julho.