Cidades

Fernando Tourinho destaca atuação dos órgãos de Justiça no 'Caso Pinheiro'

Desembargador participou de painel sobre questões ambientais complexas; evento foi promovido pelo STJ e CNJ

Por Texto: Diego Silveira com Dicom TJ/AL 27/04/2021 15h51
Fernando Tourinho destaca atuação dos órgãos de Justiça no 'Caso Pinheiro'
Reprodução - Foto: Assessoria
A atuação conjunta dos órgãos de Justiça foi fundamental no "Caso Pinheiro", afirmou o desembargador Fernando Tourinho, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL). Segundo ele, TJ, Justiça Federal, Ministério Público, Defensoria Pública e Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tiveram papel importante na prevenção de um acidente geológico em Maceió. "Os problemas estão sendo resolvidos com o apoio das instituições. Ainda há demandas, mas muito foi minimizado", disse o desembargador, que participou nesta terça (27) do painel "Questões ambientais complexas e a Agenda 2030", promovido pelo CNJ e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Tourinho destacou a atuação do TJ/AL com o programa "Posse Legal", que fez com que moradores do bairro Pinheiro recebessem os títulos de posse de seus imóveis, facilitando o acesso ao aluguel social da Prefeitura. "Muitas pessoas não tinham esse documento para provar a posse do imóvel. Acionamos a Anoreg [Associação dos Notários e Registradores] e a Arpen [Associação dos Registradores de Pessoas Naturais] e começamos a implementar", disse. Para o desembargador, a chegada do CNJ para intermediar no caso foi determinante. Tourinho lembrou que os moradores do Pinheiro tiveram audiência com o então presidente do CNJ, ministro Dias Toffoli, "que os recebeu numa clara demonstração de que o Judiciário tem que dar acesso à população". Fernando Tourinho lembrou ainda que o caso passou a fazer parte do Observatório Nacional sobre Questões Ambientais, Econômicas e Sociais de Alta Complexidade e Grande Impacto e Repercussão, instituído pelo CNJ. "A conselheira Maria Tereza Uille veio vários vezes a Maceió conversar com a população e ver de perto a situação dos bairros, o que foi marcante". Justiça Federal O juiz federal Frederico Dantas, da 3ª Vara da Seção Judiciária de Alagoas, também participou do painel. Segundo ele, o "Caso Pinheiro" foi a maior tragédia que o Brasil evitou. O magistrado enalteceu a atuação das instituições. "Não foi um trabalho simples. Foi um trabalho conjunto para mediar um acordo para realocar a população e compensar os danos". Segundo o juiz, todas as pessoas com imóveis na área de risco estão contempladas no acordo firmado com a empresa Braskem. O acordo alcança 15 mil imóveis e tem o valor global de R$ 2,7 bilhões. "O índice de aceitação é de quase 100%. Nossa expectativa é resolver tudo até dezembro de 2022", disse o magistrado, ressaltando que há ainda outro acordo específico para a questão ambiental, que prevê medidas de reparação, mitigação ou compensação dos danos na ordem de R$ 1,58 bilhão. O juiz auxiliar do STJ, Alexandre Chini, afirmou que a negociação feita entre a empresa Braskem e os moradores dos bairros atingidos foi grandiosa. Para ele, os acordos não ocorreriam sem que houvesse uma mediação. "A forma alternativa de solução de conflitos, nesse caso, se mostrou a mais eficiente". O painel também tratou do rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.