Cidades

HGE atende média de dois atropelamentos por dia

Caso mais recente ocorreu no domingo e levou a óbito professor do Ifal

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 27/02/2018 08h21
HGE atende média de dois atropelamentos por dia
Reprodução - Foto: Assessoria
O Hospital Geral do Estado (HGE) registrou 123 atropelamentos de janeiro até agora, uma média de dois por dia. Em todo o ano de 2017, foram mais de 792 ocorrências enviadas ao maior hospital do estado. O mais recente ocorreu no domingo (25) em um trecho da AL 101 Sul e vitimou fatalmente o professor José Ginaldo da Silva Júnior do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Além de professor e chefe do Departamento de Pesquisa e Inovação do Ifal, Ginaldo era também triatleta e utilizava a rodovia para os treinos diários. De acordo com o presidente da Associação Estadual dos Triatletas (Aetri-AL), Olímpio Rafael, cerca de 150 triatletas utilizam a AL-101 Sul para treinamento tanto de corrida como de ciclismo. “Ginaldo era morador da região. Morava especificamente na região do Francês. Então, ele fazia esse percurso quase todos os dias. Como ele morava perto, tanto ele pedalava, quanto corria. No caso do domingo, ele estava correndo. Ele frequentemente usava o acostamento para seus treinos. O que acontece é que o acostamento não é usado apenas pelos atletas, mas é usado por moradores, motoristas. Mais de 150 triatletas utilizam a AL-101 Sul para seus treinos e a gente percebe que em alguns pontos poderia haver mais atenção, um deles essa curva que ele foi vítima”, destaca. Olímpio reforça que é preciso maior atenção e cuidado por parte dos motoristas, pois os atletas já utilizam as vias por não possuírem um espaço adequado para o condicionamento. “Falta mais respeito dos motoristas para com os pedestres e principalmente para com os ciclistas, porque para alguns é meio de transporte também. Usamos aquela rodovia cerca de três vezes por semana. No caso do Ginaldo era mais, ele usava todos os dias. Não dava para sair de lá para correr na Ponta Verde, por exemplo. Há o questionamento de porque não usar a ciclovia, mas as nossas bicicletas são diferenciadas chegam a uma velocidade superior. Usar a ciclovia nesse caso é aumentar o risco de acidentes porque não podemos trafegar lá há 30km/h por exemplo, disputando espaço com skatistas, outros ciclistas e até ambulantes que ocupam o espaço”, diz. Ex-aluno fez carreira no Ifal lecionando Química Além dos treinos diários, o professor José Ginaldo também se dedicava ao trabalho no Ifal, onde foi ex-aluno e fez carreira no ensino de Química. O Instituto decretou luto oficial de três dias. “Alagoano, ele era um servidor extremamente dedicado não só ao ensino, como a pesquisa, um excelente professor. Ele foi aluno do curso de Química e fez a carreira toda dele em Química. Ele foi aluno do Ifal, fez o superior na Ufal em Química, porque o Ifal na época ainda era Escola Técnica. Fez  Mestrado e Doutorado em Química e foi um ex-aluno que se tornou professor. Vem de uma família alagoana e consegue vencer com a educação. A gente está de fato lamentando a perda, uma fatalidade o que aconteceu, o reitor do instituto decretou luto oficial de três dias”, disse o Ifal por meio de assessoria. Segundo a assessoria de comunicação, muitas mensagens têm sido deixadas por colegas de profissão, funcionários e alunos. [caption id="attachment_66172" align="alignleft" width="300"] Corpo de José Ginaldo segue hoje para Recife para ser cremado (Foto: Acervo pessoal)[/caption] “Uma trajetória de dedicação e trabalho sério pela educação pública em Alagoas. É com esta memória que servidores e estudantes do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) se despedem do professor José Ginaldo da Silva Júnior. Seu velório foi realizado nessa segunda-feira (26), em Maceió, com a presença de familiares, amigos, alunos e colegas de trabalho, todos comovidos pela despedida precoce do pesquisador”, publicou o Instituto. Ainda segundo a assessoria, o velório se estenderá até esta terça-feira (27). A família aguarda liberação para levar o corpo para cremação em Recife. “O desejo dele era ser cremado e inclusive parte das cinzas jogadas no campus do Ifal de Marechal Deodoro. Parte das cinzas será jogadas em Recife e a outra parte no Campus do Ifal em Marechal Deodoro, só ainda não sabemos a data e a hora”, informou a assessoria do Ifal. (Com assessoria)