Cidades

Agricultor pode ser o mais velho colecionador de moedas do Brasil

Coleção de José Gomes, de 91 anos, foi iniciada quando ele ainda era jovem; níqueis somam mais de 1.200 anos de história

Por Davi Salsa com Tribuna Independente 04/11/2017 09h38
Agricultor pode ser o mais velho colecionador de moedas do Brasil
Reprodução - Foto: Assessoria

A coleção de moedas antigas de José Gomes da Silva, popularmente conhecido como Zé de Morais, de 91 anos, cabe nas palmas das mãos calejadas do velho agricultor. Mas o que pouca gente sabe é que, juntas, elas somam mais de 1.200 anos de história.

Proprietário de um sítio na comunidade rural de Lagoa Cavada, na área rural de Arapiraca, Zé de Morais conta que começou a trabalhar na roça ainda menino, na comunidade rural de Barro Preto, entre os municípios de Quebrangulo e Paulo Jacinto, no Agreste de Alagoas.

O velho agricultor relata que sempre valorizou cada centavo adquirido com o suor de seu rosto.

“Foi assim que comecei a juntar as moedas daquele tempo e, também, outras mais antigas”, lembra o camponês, que na residência também guarda um acervo sentimental com centenas de cartas e correspondências do filho mais moço, Rosival Gomes, que virou padre e atualmente desempenha as funções sacerdotais no interior da Bahia.

Ele guarda com muito carinho a sua coleção em uma caixinha de metal, na residência onde vive com sua segunda esposa. A primeira faleceu há mais de dez anos.

As duas preciosidades são mantidas em sua casa com muito carinho. A relíquia histórica, por sua vez, é formada de moedas antigas, do início do século passado.

Destacam-se as moedas de 1.000 e 500 réis do ano de 1924, além de outra de 2 cruzeiros do ano 1945. Dentre as mais novas, está uma moeda de 10 cruzados do ano de 1987.

No entanto, Zé de Morais tem um carinho especial por uma moeda de 1.000 réis, do ano de 1927, e toda folheada a ouro.

Sem saber da importância histórica de sua coleção, o agricultor de Arapiraca pode ser considerado o numismático mais velho em atividade no Brasil e também em todo o mundo.

Dono de uma memória invejável, o camponês revela que se emancipou muito jovem de seus pais e nunca gostou de depender de ninguém, seja na área financeira, na vida no campo, onde plantava milho, feijão, mandioca e fumo, ou nos afazes domésticos no sítio onde vive.

“Também nunca comprei fiado. Sempre gostei de juntar dinheiro pensando no futuro, para ter uma vida mais tranquila na velhice”, revela Zé de Morais, mostrando com orgulho as moedas antigas que coleciona desde os tempos de juventude.