Cidades
Novo tom da Estátua da Liberdade de Maceió divide opiniões
Coloração do monumento durante a sua manutenção desagradou historiador, que acredita não ter havido cuidado
A Estátua da Liberdade instalada em Jaraguá datada de 1918 passou por obras de manutenção e limpeza após 109 anos. No entanto, a coloração em tom de verde está dividindo opiniões. Há os que acham que a estátua ficou mais bonita e vistosa e os que acreditam que a cor descaracterizou a obra, antes de tom acobreado.
“Eu achei que ela ficou mais bonita e vistosa. O verde é a cor da esperança. Está linda”, disse a comerciante Nadja Maria.
O torneiro Vanildo Félix também é da mesma opinião. Só acho que devem restaurar a base, fazer uma pintura e colocar uma proteção para mantê-la sempre arrumada.”
Já para o mototaxista Fabrício Gonçalves, que faz ponto no local há um ano, ficou horrível. “O verde chama muita atenção. A cor ficou perdida com o resto do local. Quando eles começaram a limpeza e pintaram nessa cor, eu achei que era apenas uma base para depois vir à pintura mais discreta, próxima da que era antes”, comentou Fabrício.
A manutenção da Estátua da Liberdade consiste na limpeza e pintura da escultura e foi realizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Semds). A secretaria informou que antes do serviço ser executado, foi realizada uma avaliação técnica por meio de um laudo químico para definir os materiais apropriados para o trabalho, sem modificar a estrutura da estátua feita de ferro fundido.
“Nesta avaliação realizada, foram constatadas alterações na escultura, a exemplo de oxidação, manchas escuras e corrosão em decorrência do tempo. A partir do laudo, o trabalho foi dividido em etapas. A realização dos serviços consistiu em lavar, desincrustar, selar, encerar e polir a peça. Todo o trabalho foi feito com o acompanhamento técnico de um engenheiro químico, que ficou responsável pelo laudo. Foram utilizados produtos específicos conforme as peculiaridades do monumento. Sobre a cor, a escolha foi feita para que o monumento ficasse ainda mais semelhante à peça da qual é réplica, a Estátua da Liberdade de Nova York”, explicou ressaltando que essa ainda não é a coloração definitiva e que, com a supervisão de um engenheiro químico, a cor ainda vai chegar à tonalidade da estátua de Nova York.
HISTORIADOR
Para o historiador Geraldo de Majella, a Estátua da Liberdade é um monumento importante da cidade de Maceió. “No entanto não é tratada como se fosse uma joia exposta ao público desde 1904, quando chegou da França e foi instalada na Praça Dois Leões”, disse.
HISTÓRICO
A réplica que fica em Maceió foi produzida pela Fundação Val d’Osne, a mesma que construiu a majestosa estátua da Liberdade de Nova York, que também tem uma réplica em Paris, Na França. Antes de ser instalada em Jaraguá, peregrinou por alguns pontos da cidade.
“Quando a estátua foi recuperada durante a restauração do bairro de Jaraguá, os técnicos da prefeitura de Maceió foram ao Rio de Janeiro e até Paris para obter informações precisas sobre as estátuas e os demais monumentos para, aí sim, fazer o serviço. Acredito que esse cuidado a atual administração não teve e resolveu pintar de qualquer maneira”, acredita o historiador.
Majella reprova o tratamento dado ao monumento. Existem poucas replicas da estátua da Liberdade produzida pela Fundição Val d’Osne, uma delas é a nossa. O tratamento dado a ela é reprovável. Pintar para evitar a ferrugem ou a corrosão é no mínimo ignorância. Merece uma pergunta pública: quem ou quais especialistas a Prefeitura de Maceió consultou para pintar a estátua de verde?”, questiona o historiador.
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