Cidades
Alagoas tem a terceira maior taxa de mortes entre jovens e negros do país
Estado ficou na terceira colocação em redução geral de homicídios
A taxa de homicídios a cada cem mil habitantes no estado sofreu redução de 21% entre os anos de 2010 e 2015. É o que aponta o Atlas da Violência 2017, divulgado ontem (5). Contudo, as taxas de homicídios entre homens jovens e negros ainda têm números expressivos no estado, primeira e segunda colocações nos números nacionais.
O levantamento produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Nacional de Segurança Pública mostra que a taxa de mortes violentas entre jovens de 15 a 29 anos foi de 233 a cada cem mil habitantes, o índice mais alto do país. Segundo o relatório, em todo o Brasil os jovens do sexo masculino são alvos de 92% dos homicídios.
O relatório apresenta números de 2005 a 2015, considerando informações das Secretarias de Segurança dos estados e dados do Ministério da Saúde.
Alagoas reduziu a taxa geral de homicídios, foram 52,3 a cada cem mil habitantes em relação a 2010 onde foi registrada 66,9. O estado ficou atrás apenas do Espírito Santo e Paraná no quesito diminuição. No entanto na parcela negra das vítimas de crimes violentos a taxa ficou acima da média, 68,2, enquanto que na população considerada não-negra a taxa de homicídios foi de 6,0 a cada cem mil pessoas.
O estudo aponta que negros possuem 23,5% de chance a mais de serem assassinados no país. O presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Social da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Alagoas, Alberto Jorge, diz que os números confirmam a realidade.
“Não é nenhuma novidade que é o lugar onde mais se mata jovem e negro. A maioria dos jovens negros reside na periferia, não tem acesso à educação, saúde, empregos. Isso tudo parte do princípio da falta de políticas públicas que os envolvam.”, afirma.
Segundo Alberto, a redução observada em Alagoas é fruto de um esforço conjunto realizado entre diversos segmentos da sociedade. Mas precisa avançar, principalmente nas parcelas menos favorecidas da população.
“A atividade feita em Alagoas junto com a Secretaria de Segurança Pública tem debatido questões e tem surtido efeito positivo, houve uma preocupação da Secretaria, do Movimento Negro, OAB, instituições organizadas para saber qual a motivação de tantos assassinatos de jovens e negros em Alagoas. Eu acredito que esse trabalho tem surtido efeito na redução, mas que ainda é muito pouco em relação ao que pode ser feito”, expõe.
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