Cidades

Policiais civis e federais de Alagoas param atividade por 24h contra PEC 287

Reforma da Previdência aumenta tempo de contribuição e idade mínima para aposentadoria

08/02/2017 11h01
Policiais civis e federais de Alagoas param atividade por 24h contra PEC 287
Reprodução - Foto: Assessoria

Os policiais civis e federais de Alagoas paralisaram suas atividades, nesta quarta-feira, em resposta a mobilização nacional das forças policiais contra a PEC 287/2016, do governo federal, que institui a reforma da Previdência Social. A proposta aumenta o tempo de contribuição e idade mínima para a aposentadoria.

Polícia teme que situação do Espírito Santo se estenda para Alagoas

Para fazer frente à proposta do governo federal, que inviabiliza a aposentadoria de policiais, foi criada a União dos Policiais do Brasil (UPB), que já congrega mais de 30 entidades de policiais civis, federais, rodoviários federais, guardas municipais, agentes penitenciários, peritos criminais, papiloscopistas e outras categorias relacionadas à segurança pública.

Flávio Moreno, presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Alagoas (Sinpofal) enfatizou que o protesto visa cobrar a manutenção da aposentadoria policial, que hoje é de 30 anos. “Os policiais exercem uma atividade de risco, e esta reforma vem esticar o tempo de serviço dos profissionais de segurança pública. Até 56 anos é a idade média de vida do policial, que a reforma previdenciária o policial terá que trabalhar 49 anos para se aposentar com 65”, frisou.

O sindicalista ressaltou que a violência só tem aumentado nos últimos 30 anos no país, sobretudo índices de assassinatos e roubos. Ele disse que 19 policiais federais foram mortos em atividade no Estado de Alagoas, no Brasil somaram 493 homicídios.

O objetivo da manifestação por 24 horas, também é chamar a atenção acerca do combate à corrupção como, por exemplo, a Operação Lava Jato, bem como pela reestruturação da segurança pública.

PEC 287 é polêmica e gera prejuízos a trabalhadores

“O país está um caos, a situação é deplorável, a preocupação é grande de que a situação em que se encontra a insegurança pública no Espírito Santo se estenda para Alagoas e outros estados”, alertou.     

O vice-diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol/AL), Ricardo Nazário, enfatizou que a categoria policial não vai aceitar a proposta da reforma da Previdência imposta pelo presidente Michel Temer. “Não aceitamos esta PEC 287, que aumenta o tempo de serviço dos policiais e de contribuição”, reclamou.

Segundo ele, aproximadamente 350 policiais civis estão para se aposentar e com a nova proposta já impacta no resultado. “Queremos sensibilizar a bancada alagoana em Brasília para que haja uma discussão sobre a reforma, o tema é polêmico e causa prejuízo para os trabalhadores. Ontem foi formada uma comissão para agilizar a aprovação da reforma Previdenciária e Trabalhista e não vamos aceitar, queremos discutir ponto a ponto”, destacou.

A PEC 287/2016 está para ser aprovada dentro de dois meses, ou seja, em abril próximo.

30% do serviços mantidos

Apesar da paralisação, os policiais civis e federais garantiram que 30% dos serviços estão sendo mantidos. Na Central de Flagrantes, no bairro do Farol, onde ocorre o protesto, as ocorrências estão sendo registradas normalmente.

Policiais militares foram questionados pela reportagem quanto a situação, se de fato, estava sendo feito ou não os flagrantes, e eles afirmaram que sim. "Prendemos em flagrante dois indivíduos com armas de fogo, e foi registrado sim", contou um policial.