Cidades
No dia dos gráficos, profissionais alagoanos mantêm sintonia com a tecnologia
Profissionais comemoram seu dia e enfocam luta pelos seus direitos, revivendo os bons momentos do setor
Na data em que se comemora o dia dos gráficos, 7 de fevereiro, o Sindicato dos Gráficos avalia que além de comemoração, o momento é de reflexão. A categoria se mantém solida e organizada, mas o momento é delicado, não só devido às transformações tecnológicas que abocanham o sentido de arte criada pelos profissionais, mas ao período de crise econômica que afeta a categoria no que se refere à identidade dos trabalhadores do setor que sempre foi de levar conhecimento a toda a sociedade.
O dia dedicado aos gráficos é celebrado em 7 de fevereiro, porque nessa data, em 1923, aconteceu uma grande greve dos gráficos em São Paulo, liderada por João da Costa Pimenta. Os gráficos estavam protestando por melhores salários e condições de trabalho. Naquela época, a indústria gráfica estava tendo um grande crescimento. O sucesso da greve dos gráficos foi tamanho que marcou também o nascimento do sindicato dos Gráficos.
Do ponto de vista histórico, o homem primitivo começou a fazer os primeiros ensaios sobre tipografia, por meio de desenhos feitos com paus e pedras, assim montava palavras ou frases para expressar acontecimentos de seu cotidiano. Se quisesse demonstrar, por exemplo, a palavra “caça” desenhava homens com lanças e vários animais. O alemão Johann Gutenberg criou o primeiro processo de impressão, usando tipos móveis em letras de madeira e mais tarde de metal. O processo básico de Gutenberg era um perfurador feito do aço, com uma imagem espelhada da letra a qual era pressionada em um metal e formava uma forma da letra. Nesta “forma” era derramado um metal derretido, o que dava origem ao tipo. Depois cada tipo era posto em uma matriz para dar forma à página do texto, esta formava uma espécie de carimbo, que pressionado no papel resultava na impressão.
O trabalho do profissional gráfico não se restringe, atualmente, somente à impressão de documentos, cartazes, livros e outros. Esse profissional tem uma gama cada vez maior de afazeres e funções, graças aos avanços proporcionados pela revolução informacional, com a criação das artes digitais gráficas e outros, fazendo-se surgir profissionais como o arte-finalista, o designer gráfico e outros.
Impresso versus eletrônico ainda gera enfrentamento
Apesar da grande e cruel redução do número de páginas em jornais e revistas e a extinção de alguns semanários bastante conhecidos no Brasil, há uma questão básica a ser melhor entendida e enfrentada: o impresso versus o eletrônico, e dessa maneira, o importante tema vem sendo bastante discutido pelo público em geral.
No nosso entendimento, as agencias de publicidade, os empresários, os gestores e os executivos de toda a cadeia produtiva da comunicação gráfica não podem, e nem devem concordar com essa ridícula ideia de que em um futuro bem próximo, as gráficas serão extintas. O Sindigráficos analisa que a tecnologia sempre é bem vinda, porem se não for tratada de maneira justa e responsável, com certeza deverá provocar um problema sem precedentes.
(Foto: Arquivo)
A entidade cita como exemplo a extinção da Sergasa (Serviços Gráficos de Alagoas).
O sindicato avalia que nunca, um episódio que poderia ser evitado, ficou tão marcado na história da impressão gráfica de Alagoas como o fechamento daquele que já foi um dia considerado um dos maiores e melhores parques gráficos do Nordeste.
Segundo o presidente do Sindigráficos, Paulo Gabriel “ por falta de comprometimento, competência, conhecimento, vontade e principalmente profissionalismo, a Sergasa teve sua história de bons serviços prestados à comunidade e ao Estado encerrada de maneira absurda”
Gabriel conta que “toda a revolução na impressão offset de Alagoas teve inicio quando o Sr Zacarias Santana, um “verdadeiro” gráfico, e homem de visão moderna, no ano de 1976 adquiriu aquela que seria a grande causadora de toda essa revolução, a Rotativa que de inicio rodava apenas jornais, mas que devido a um método criado pelo diretor industrial “Dr. Carlos”, passou a imprimir também livros, pôsteres, caderneta escolar e outros serviços que antes apenas eram feitos em maquinas planas.
A extinção de uma empresa consolidada
O Sindigráficos argumentou ainda que depois de diversas mostras de incompetência, irregularidades administrativas e atitudes no mínimo estranhas, como por exemplo, dispensa de funcionários qualificados para contratação de terceirizados, a Sergasa começou a agonizar anos após anos e finalmente veio a ser aniquilada neste atual governo com o seu fechamento, antes do fechamento porém, ainda de maneira leviana, teve a “nossa” Rotativa vendida através de um leilão, que mais tarde viemos ter conhecimento que foi necessário, pois o “objeto” teria se tornado obsoleto.
“No momento, o que realmente se precisa é pensar. Para isso, o melhor caminho a ser seguido é muito simples: melhorar a qualidade e preço, e cabe à própria mídia gráfica contribuir para que todos esses conceitos cheguem de modo mais claro e constante à população, aos consumidores e aos formadores de opinião pública Realmente é muito preocupante quando vimos meios de comunicação impressos prevendo sua própria extinção, sem dúvida alguma, não é com propostas desta qualidade que a cadeia produtiva da comunicação impressa e a indústria gráfica precisam”, ressaltou Paulo Gabriel.
Ao conhecermos o trabalho dos profissionais gráficos e a importância que esses especialistas possuem no contexto da sociedade, podemos perceber o quanto a força do trabalho garante a reprodução e o crescimento dos sistemas que estruturam a nossa vida.
Portanto, a data escolhida para esses trabalhadores é mais do que importante para enfatizar a relevância de suas funções.
Panorama gráfico no país
Com a modernização do Brasil na década de 1950 e o consequente desenvolvimento da indústria local, o setor gráfico cresceu 143% no período. O parque gráfico brasileiro foi capaz então de iniciar sua renovação na primeira metade da década de 1960, ampliando ainda mais a atividade editorial no país.
Já na década de 1970 as gráficas haviam migrado dos antigos linotipos para os modernos equipamentos de fotocomposição.
Parte desta renovação deve-se a medidas como taxa de câmbio especial para importação, isenção de taxas alfandegárias para máquinas destinadas à produção de livros, além da isenção de taxas na produção de livros estabelecida pela Constituição de 1967.
Um dos maiores parques gráficos da América Latina está situado em São Paulo, e pertence ao Grupo Abril. Conforme dados da RAIS, o setor gráfico é formado por 20.295 empresas gráficas, formalmente constituídas, proporcionando quase 277 mil empregos diretos, ou 315 mil, quando considerado o total de pessoal ocupado (diretos e indiretos). A operação dessas empresas, em 2008, absorveu cerca de 6,5 milhões de toneladas de papel, nas operações de fabricação de artefatos e serviços de impressão, proporcionando às suas empresas uma receita bruta com vendas da ordem de R$ 23,1 bilhões.
Sindicato cita empresa estatal como celeiro de profissionais
O presidente do Sindicato dos Gráficos, Paulo Gabriel contou mais um pouco sobre a Sergasa e diz que a empresa era um celeiro dos melhores profissionais do estado, a Sergasa era uma empresa que simplesmente não parava, isso mesmo, ela não parava em nenhum dia da semana devido à grande quantidade de trabalhos que ali existia. Tínhamos clientes não só de Alagoas como também de diversos estados do Brasil, tínhamos uma diretoria completamente comprometida não só com a empresa como também para o quadro de funcionários A Sergasa começou a agonizar anos após anos e finalmente veio a ser aniquilada neste atual governo com o seu fechamento, antes do fechamento porém, ainda de maneira leviana, teve a “nossa” Rotativa vendida através de um leilão, que mais tarde viemos ter conhecimento que foi necessário, pois o “objeto” teria se tornado obsoleto.
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