Nesta quinta-feira (19) o portal UOL apresentou números colhidos pelo Ministério Público de São Paulo em agosto do ano passado. Neles, estão estimativas de quantos integrantes o Primeiro Comando da Capital (PCC) possui nas unidades prisionais de cada estado. Alagoas figura no quarto lugar com 970 membros da facção, ficando apenas atrás de São Paulo (reduto do PCC) com 7000, Paraná com 2100 e Ceará com 1396. Seriam 5% dos integrantes do PCC no sistema prisional alagoano.

O levantamento do Centro de Segurança Institucional e Inteligência do MP-SP é uma estimativa e não conta apenas os dados de detidos. Membros que estão em liberdade fazem parte da totalidade. Além do que, contabilizar números de uma organização criminosa carece de dados realmente ‘oficiais’.

O Rio Grande do Norte, estado marcado pelas rebeliões na penitenciária de Alcaçuz, é o terceiro do Nordeste, logo atrás do Ceará e Alagoas, com 446 integrantes.

Tomando como base a pesquisa, o sudeste tem 8146 que representam 43,5%, o nordeste vem em segundo com 3818 membros e 20,4%. O sul com 2969 tem aproximadamente 15,8%, o norte tem 2506 que é 13,4% e o Centro-Oeste tem a menor incidência de integrantes com 7,1%.

“No Estado de São Paulo [onde o PCC surgiu há cerca de 30 anos], estimamos que existam 7.000 pessoas filiadas à facção. No Ceará, já são cerca de 1.400", afirmou o promotor Lincoln Gakiya ao UOL. "Ou seja, para cada cinco criminosos 'batizados' pelo PCC em São Paulo, já temos um 'batizado' no Ceará.", disse.

Apesar das rebeliões chamarem atenção pelo confronto do PCC com outras facções, os estados onde ocorreram os casos com morte de presidiários (AM, RR e RN) não parecem ter relação com a quantidade de integrantes.

Dos três, Roraima é o sexto do país com 782 membros e 4% do total. O Rio Grande do Norte é o 10º com 446 membros e 2% do todo e o Amazonas tem um percentual bastante baixo. São 116 membros que representam apenas 0,62% da facção.

Segundo o último balanço da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), a população carcerária do sistema prisional alagoano tem 4.249 reeducandos.

Durante coletiva realizada na segunda-feira (9), o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindapen), Kleyton Anderson, afirmou que 90% dos reeducandos em Alagoas integrariam facções criminosas. 60 a 70% seriam do PCC, o que daria mais de 2 mil pessoas.

Confira a tabela completa com os números dos estados e regiões do país

Estado

Quantidade

Porcentagem

Região

Quantidade

Porcentagem

1

São Paulo

7000

37,29%

1

Sudeste

8146

43,5%

2

Paraná

2100

11,19%

2

Nordeste

3818

20,4%

3

Ceará

1396

7,44%

3

Sul

2969

15,8%

4

Alagoas

970

5,17%

4

Norte

2506

13,4%

5

Minas Gerais

855

4,55%

5

Centro-Oeste

1334

7,1%

6

Roraima

782

4,17%

Total

18733

7

Mato Grosso do Sul

780

4,15%

8

Rio Grande do Sul

686

3,65%

9

Acre

578

3,08%

10

Rio Grande do Norte

446

2,38%

11

Rondônia

411

2,19%

12

Goiás

279

1,49%

13

Pará

240

1,28%

14

Bahia

216

1,15%

15

Tocantins

212

1,13%

16

Sergipe

198

1,05%

17

Santa Catarina

183

0,97%

18

Espírito Santo

177

0,94%

19

Paraíba

174

0,93%

20

Mato Grosso

172

0,92%

21

Amapá

167

0,89%

22

Maranhão

161

0,86%

23

Pernambuco

154

0,82%

24

Amazonas

116

0,62%

25

Rio de Janeiro

114

0,61%

26

Distrito Federal

103

0,55%

27

Piauí

103

0,55%

Total

18773

Tabela com base em dados do MP-SP.