Cidades

Sistema prisional de Alagoas registrou sete mortes violentas no ano de 2016

Segundo a Seris, 11 reeducandos também morreram de causas naturais em Alagoas

Por Tribuna Independente 06/01/2017 10h09
Sistema prisional de Alagoas registrou sete mortes violentas no ano de 2016
Reprodução - Foto: Assessoria

Alagoas registrou no ano passado 18 mortes dentro do sistema prisional. Deste total sete foram de mortes violentas e 11 foram mortes clínicas segundo dados da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris).

De acordo com o Secretário de Ressocialização e Inclusão Social, o tenente - coronel Marcos Sérgio Freitas, o sistema prisional alagoano é transparente e não tem porque esconder os casos ocorridos nos presídios.

“Aí está a realidade do que aconteceu no ano passado. Temos que ressaltar que temos um sistema controlado, organizado e bastante mapeado com todas as situações”, pontuou o secretário.

Em 2016 três casos de mortes violentas foram registrados no Presídio de Segurança Máxima (PSM) e vitimaram os reeducandos Luciano Soares da Silva Rocha, Ricardo Afonso Ferreira Sarmento e Marcondes da Silva Soares.

A mãe de um detento que está no Presídio Baldomero Cavalcante que não quis se identificar disse que fica apreensiva e com muito medo quando tem rebelião ou sabe que algum reeducando morreu. “Fico apreensiva. Não tenho sossego até saber que meu filho está bem. Tenho medo pela as atitudes de outros presidiários. A gente nunca sabe o que pode acontecer”.

Outros casos foram dos reeducandos Manoel Messias da Silva e Marcos Antônio dos Santos que foram encontrados sem vida dentro do presídio Cyridião Durval e tinham sinais de morte violenta. Além de Rafael Gonçalves Borges, que morreu dentro de uma cela do Baldomero Cavalcanti, e Raul Bispo, no Centro Psiquiátrico Judiciário (CPJ), o antigo Manicômio Judiciário.

A morte mais recente e que envolveu morte clínica, foi do reeducando Giovanni Wellinson Barbosa, encontrado morto no dia 28 de dezembro do ano passado. Wellinson estava cumprindo pena no Presídio Baldomero Cavalcanti. O reeducando dividia a cela com mais sete detentos, que foram conduzidos para prestar depoimento à Polícia Civil (PC).

O levantamento das mortes ocorridas em 2016 nos presídios do estado foi fornecido pela Chefia de Pesquisa e Estatística (CPEST), responsável pelos dados da Seris.

Seris aposta em segurança e inteligência

Segundo a assessoria de comunicação da Seris, para evitar conflitos e mortes nos presídios, o órgão tem investido cada vez mais em segurança e inteligência, fazendo projeções de possíveis confrontos, identificando de forma mais apurada os líderes criminais, separação de pessoas faccionadas ou simpatizantes, além de revistas diárias nas unidades prisionais realizadas pelos agentes penitenciários, suplementada com o apoio da Secretaria de Segurança Pública (SSP) através do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

A Secretaria de Ressocialização também desmentiu os boatos que teria ocorrido um conflito no último final de semana no Presídio do Agreste. E informou que a transferência de presos anunciada na última quarta-feira (4) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) está condicionada a reforma da Delegacia Regional de Santana do Ipanema e não tem nada haver com conflitos nos presídios.

BRASIL

Em todo país, de acordo com dados divulgados pelo Governo Federal, foram 392 mortes violentas nas penitenciárias espalhadas pelos 26 estados e mais o Distrito Federal.  Os óbitos registrados foram por assassinatos e suicídios.  

O Estado que apontou maior número de mortes violentas dentro dos presídios foi o Ceará, com 50 mortes. Em seguida aparece Pernambuco com 43, Rio Grande do Norte (31), Goiás (26), Pará (24), Paraíba (23), Mato Grosso do Sul (22), São Paulo (17), Piauí (16), Roraima e Rio Grande do Sul (15), Alagoas (14), Amazonas (10), Rio de Janeiro (9); Maranhão, Paraná, Rondônia e Tocantins (8). Acre, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso e Santa Catarina (7); Minas Gerais (6). Amapá e Sergipe (2) e Espírito Santo (0).

No Estado do Amazonas, somente no primeiro dia deste ano a média foi cinco vezes superior a todo o ano passado. Pelo menos 60 mortes violentas foram registradas dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, informou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes. O motim que durou mais de 17 horas foi considerado pelo secretário como “o maior massacre do sistema prisional” do Estado.

Os mortos seriam integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e presos por estupro, segundo fontes. Também houve fugas de centenas de detentos.