Cidades
Mesmo com crescimento no IDHM, AL ocupa a última posição no ranking nacional
Dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que leva em consideração os anos de 2011 a 2014
Atualizada às 10h31 de 23/11
Alagoas está na última posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) entre todos os estados brasileiros no comparativo entre os anos de 2011 e 2014. O estado apresentou índice de 0,667 em 2014, o menor entre as unidades da federação. Apesar da última colocação, o número é considerado médio no último ano avaliado. Em 2011, o índice foi de 0,631.
Os dados foram divulgados ontem (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Fundação João Pinheiro.
De acordo com o relatório da pesquisa, todos os estados brasileiros tiveram um avanço. As maiores tendências de crescimento foram observadas no Amapá, Amazonas e Piauí. Já os que apresentaram as menores tendências de avanços foram Roraima, Goiás e Sergipe.
No Ranking nacional, o Distrito Federal (DF) apresenta a primeira colocação com um IDHM de 0,839, seguido de São Paulo (SP) com 0,819 e Santa Catarina (SC) com 0,813. O estado de Piauí (PI) ficou na antepenúltima posição com IDHM de 0,678. Na penúltima colocação e acima de Alagoas está o estado do Pará (PA) com 0,675.
Entre os estados do Nordeste, Alagoas também ficou na última posição. Rio Grande Norte (RN) é o primeiro colocado com 0,717. Em seguida vem Ceará com 0,716, Pernambuco (0,709), Bahia (0,703), Paraíba (0,701), Sergipe (0,681), Maranhão (0,678) e Piauí (0,678). Sergipe foi o que menos evoluiu entre os estados do Nordeste.
O IDHM brasileiro considera as mesmas dimensões do IDH Global e avaliam a longevidade, educação e renda. E em todas esses aspectos o estado de Alagoas aparece nas piores colocações no ranking nacional. Na Educação Alagoas ocupa a antepenúltima posição com índice de 0,603, considerada uma faixa mediana. Mas supera Pará e Sergipe, ambos avaliados como baixos. Estado perde para Piauí, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão.
Na categoria renda, as cidades alagoanas também aparecem em último lugar, com IDHM-R de 0,634. O número é menor que os apresentados, respectivamente, por Maranhão, Pará, Ceará, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte e Pernambuco. O melhor posicionado na tabela no ranking Nacional é o Distrito Federal, seguido de Santa Catarina e São Paulo.
A “melhor” colocação que Alagoas aparece é no quesito longevidade com 0,764, considerado alto, e que ainda assim não o suficiente para sair da antepenúltima posição. Mesmo com essa colocação o estado ainda oferece pouco para esperança de vida ao nascer, com 70,8 anos. Maranhão e Piauí estão com esperança de vida menor com 70 e 70,7 anos, respectivamente. Eles são considerados os piores estados para a esperança de vida ao nascer. Os estados com maior longevidade são Santa Catarina, Distrito Federal e Espírito Santo, que possuem esperança de vida de 78,4, 77,6, e 77,5 anos.
O economista Alisson Gonçalves acredita que o estado ocupa as piores posições porque o IDH é um índice sintético que leva em consideração vários aspectos da socioeconomia. “O problema é que nas dimensões saúde (longevidade) e educação somos muito frágeis, o que acaba fazendo com que o IDH seja baixo e nesse sentido a renda tem o maior peso no índice. Por isso, o estado ocupa a antepenúltima posição no ranking, diferente do Distrito Federal que tem uma renda per capta muito alta e isso é um fator diferencial. Alagoas deve investir ainda mais em educação para que os outros aspectos também cresçam. A renda teve um aumento considerável de 2011 pra 2014 e foi um avanço por ter uma renda per capita inferior vários outros estados”, comentou.
Em todo o País, o IDHM desacelerou nos últimos anos. Entre 2011 e 2014, o IDHM cresceu 1% ao ano, um ritmo menor do que a expansão anual de 1,7% entre 2000 e 2010.
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou à reportagem que vem investindo sistematicamente na qualidade de ensino. “De 2015 até o atual momento foi implementado o programa alagoano de ensino integral em 14 escolas e para 2017, serão mais 13, todas com cursos profissionalizantes. Além de outras três que são de referência.”
A secretaria também destacou que houve descentralização de recursos, construção de ginásios, planejamento para fortalecer o ensino fundamental e parcerias. Tudo para melhorar a qualidade do ensino na rede pública estadual.
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