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Mariana Ferrer apresenta TCC sobre o próprio caso e ganha nota máxima

O trabalho foi intitulado "Estupro simbolicamente como crime de guerra à luz do caso Mariana Ferrer"

Por Correio Braziliense 09/07/2025 14h59
Mariana Ferrer apresenta TCC sobre o próprio caso e ganha nota máxima
O título do trabalho foi: 'Estupro simbolicamente como crime de guerra à luz do caso Mariana Ferrer' - Foto: Reprodução/Instagram/@maribferrer

A estudante Mariana Ferrer apresentou o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no curso de direito da Faculdade Presbiteriana Mackenzie sobre a própria história. A jovem denunciou ter sido vítima de estupro em 2018, em Florianópolis (SC). O caso ganhou repercussão nacional, principalmente pela forma como Mariana foi tratada pelo advogado de defesa do suspeito — que exibiu fotos da vítima e ironizou as condutas dela durante audiência. O suspeito foi absolvido pela Justiça por falta de provas.

A apresentação do TCC de Mariana ocorreu na quarta-feira (2/7), e contou com a presença da presidente do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha, e com a participação, por videoconferência, de Maria da Penha, símbolo do combate à violência contra a mulher no Brasil.

O título do trabalho foi: Estupro simbolicamente como crime de guerra à luz do caso Mariana Ferrer. A jovem foi aprovada com nota máxima.

Na dedicatória do TCC, Mariana escreveu: "Dedico este trabalho a todas as minhas irmãs e irmãos de luta e dor — as vítimas de violência sexual. Eu acredito em cada um de vocês".

Maria da Penha destacou que Mariana, que era cheia de vida, teve a "trajetória interrompida" por um episódio brutal de violência sexual.

No entanto, para a ativista, o mais cruel foi a maneira que a jovem foi tratada no tribunal. "Em vez de acolhimento e justiça, Mariana foi humilhada, constrangida, atacada durante a audiência. Sofreu uma violência institucional brutal", citou.

"A justiça pode parecer distante. Muitas vezes ela é. Mas ela também pode ser conquistada com coragem, com rede de apoio, com denúncia, com mobilização. Não se cale, procure ajuda", acrescentou Maria da Penha.