Brasil
Monitor de Secas indica presença do fenômeno na parte baixa da bacia Amazônica mesmo com elevação dos níveis dos rios da região
Nível dos rios amazônicos tem subido devido ao volume de chuvas acima da média na região de cabeceira da bacia Amazônica no Peru e na Colômbia

A última atualização do Mapa do Monitor de Secas, referente a abril deste ano, indica a presença de seca em 25,28% da Região Hidrográfica Amazônica (RH Amazônica), mesmo com as cheias que vêm sendo observadas na Amazônia recentemente. Isso acontece porque a elevação do nível dos rios amazônicos vem sendo influenciada pelas chuvas que vêm ocorrendo fora do País, nas regiões de cabeceira da bacia Amazônica especialmente no Peru, onde nasce o rio Amazonas, e na Colômbia. Assim, municípios brasileiros nas áreas mais baixas da bacia podem enfrentar seca localmente, mesmo sendo impactados por enchentes vindas de regiões a montante (rio acima).
Desde fevereiro o Monitor de Secas já vinha apontando a diminuição de áreas com seca na região Norte, que passaram de 58% em fevereiro para 37% em março e 29% em abril. Quanto à severidade do fenômeno, houve um abrandamento da seca no Norte nesse período, já que as áreas com seca grave caíram de 13% em fevereiro para 8% em março e 2% em abril.
Essa melhora no último trimestre, em decorrência dos volumes de chuva observados, evidencia o processo de regressão do fenômeno e, por isso, a seca predominante no Mapa do Monitor de abril é classificada como de longo prazo (L), porque os déficits de chuva ainda existentes são mais expressivos considerando os últimos 12, 18 e 24 meses. Além disso, esse intervalo abrange o período recente quando a Amazônia enfrentou os efeitos de uma seca histórica e sem precedentes.
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto (C) e/ou longo prazo (L). Os impactos de curto prazo estão associados a déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são caracterizados como de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração de todas as unidades da Federação, que integram o projeto, e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido. O Monitor de Secas teve início em julho de 2014, começando pela Região Nordeste, sendo que o processo de expansão dessa iniciativa, a partir de 2018, foi concluído com a entrada do Amapá no Mapa do Monitor de dezembro de 2023, completando a cobertura em todo o território nacional.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.
A RH Amazônica
A Região Hidrográfica Amazônica ocupa 45% do território nacional, abrangendo sete estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima. A RH Amazônica possui uma extensa rede de rios com grande abundância de água, sendo os mais conhecidos: Amazonas, Xingu, Solimões, Madeira e Negro. A densidade populacional dessa região é dez vezes menor do que a média nacional, sendo que ela concentra 81% da disponibilidade de águas superficiais do Brasil. Além disso, aproximadamente 85% da área da Região Hidrográfica Amazônica permanece com cobertura vegetal nativa.
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