Brasil
Mãe e ativista: saiba quem era a delegada assassinada na Bahia
A delegada Patrícia Neves Jackes Aires, de 39 anos, foi encontrada morta nesse domingo (11/8) dentro do próprio carro, em São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador (BA). O namorado de Patrícia, identificado como Tancredo Neves Feliciano de Arruda, foi preso em flagrante e é apontado como o principal suspeito pelo crime de feminicídio.
O corpo da investigadora foi encontrado no banco do carona do veículo, em uma área de mata. As investigações estão em fases preliminares, com perícias em curso, análises de imagens de câmeras de vigilância e outras diligências investigativas.
Delegada enfrentava violências de gênero
Patrícia era mãe, bacharel em direito e especialista em direito penal e processo penal. Em 2016, ela tomou posse como delegada e foi designada, em seguida, para a Delegacia Territorial de Barra, no oeste do estado.
Atuante na prevenção às violências de gênero e no enfrentamento delas, Patrícia Jackes teve, em 2021, uma passagem pelo Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (NEAM), da 4ª Coordenadoria de Polícia, no município de Santo Antônio de Jesus (BA).
Posteriormente, serviu em Maragogipe e São Felipe, antes de ser lotada em Santo Antônio de Jesus, onde atuava como plantonista.
Antes de se formar em Direito, Patrícia se graduou em Licenciatura Plena em Letras. Ela trabalhou por 12 anos como professora de língua portuguesa e língua inglesa.
Suspeito preso
Em nota, a polícia lamentou profundamente a morte da servidora, que estava lotada no plantão da Delegacia Territorial de Santo Antônio de Jesus, e informou que está empenhada com todos os seus departamentos para esclarecer as circunstâncias do crime e realizar as providências cabíveis.
A delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito, também lamentou o ocorrido por meio de uma publicação em uma rede social.
“Acordei com a triste notícia da partida da delegada Patrícia Neves Jackes Aires, que estava lotada no plantão da Delegacia Territorial de Santo Antônio de Jesus. Meus sentimentos aos familiares e colegas de profissão”, escreveu na legenda da postagem.
O namorado de Patrícia foi preso em flagrante e é apontado como o principal suspeito pelo crime de feminicídio.
Histórico de agressões
A Polícia Civil também informou que, em maio deste ano, o suspeito foi preso em flagrante por agressões à delegada, mas foi solto por decisão da Justiça. A vítima pediu uma medida protetiva contra o namorado, mas o casal se reconciliou.
Os indiciamentos por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica aconteceram depois que a Polícia Civil de Euclides da Cunha concluiu as investigações em 2022. Os documentos foram remetidos ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).
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