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Depois de mais de 15 anos de um transplante de rim, dona de casa vive de forma plena

Diagnosticada com Lúpus, ela foi submetida a um transplante de rim

Por Ascom Sesau 18/09/2017 10h52
Depois de mais de 15 anos de um transplante de rim, dona de casa vive de forma plena
Reprodução - Foto: Assessoria

A vida de Josilene Lourenço Ribeiro sofreu uma inesperada reviravolta quando aos 12 anos recebeu o diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico, ou simplesmente Lúpus, doença autoimune que pode afetar rins, pele e outros órgãos. “Minha vida passou a girar em torno da doença. O problema afetou meus rins e eu tinha que me submeter à hemodiálise três vezes por semana”, revelou Josilene. 

Josy, como é conhecida, também teve que passar por uma cirurgia para a criação de uma fístula que consiste na ligação cirúrgica entre uma artéria e uma veia para a diálise. “Foram tempos difíceis, que tomaram parte da minha adolescência”, falou. 

Após esperar por anos na fila para transplante, a notícia de um doador compatível finalmente chegou, quando ela estava com vinte anos. “A fé me fez esperar e suportar o pior. Pude ver muitos colegas morrerem e, apesar de ter a minha esperança desafiada diversas vezes, nutria sempre a certeza de que o melhor iria acontecer”, testemunhou.

A cirurgia foi realizada por especialistas e todo o tratamento e procedimento cirúrgico foram conseguidos através do Sistema Único de Saúde (SUS). Josy revelou que sempre foi muito bem assistida por toda a equipe que a acompanhou. “Médicos, enfermeiros e técnicos, não tenho palavras para agradecer o apoio durante todo o processo”, destacou.

Após a realização do transplante, a paciente ainda sofreu com um princípio de rejeição do órgão, mas que foi tratado no próprio hospital. “Tive que realizar seções de hemodiálise após o transplante e ficar um período em observação. Após esse período inicial pude seguir a minha vida de forma normal”, ressaltou Josilene.

Atualmente ela reside em Maceió e leva uma vida com poucas restrições. “Tenho que evitar alguns alimentos e refrigerantes a base de cola, mas levo uma vida plena e livre das seções de hemodiálise”, declarou, ao fazer um apelo: “que as pessoas se sensibilizem e se tornem doadoras de órgãos”.

Central de Transplantes - A Central de Transplantes de Alagoas está localizada no Hospital Geral do Estado (HGE) e coordena os transplantes no Estado. De acordo com a coordenadora do setor, Daniela Ramos. até o mês de agosto, foram realizados em Alagoas 85 transplantes, sendo 10 de rins, 2 de coração e 73 de córnea. Em 2016 foram realizados 90 procedimentos ao longo de todo o ano. “Temos uma equipe que atua 24 horas, na busca ativa por doadores. São técnicos preparados para essa missão que tem salvado inúmeras vidas”, destacou

A coordenadora ressaltou, ainda, que para ser um doador, basta que o indivíduo comunique seu desejo a família. “Não é necessário nenhum documento escrito, a doação múltipla de órgãos deve ser autorizada pela família e é importante que a pessoa comunique seu desejo para que a decisão dos familiares seja facilitada”, reforçou.