Brasil
Família e editora lançam primeiro livro de rapaz desaparecido no Acre
Jovem está desaparecido desde 27 de março deste ano
Trechos do “TAC – Teoria de Absorção de Conhecimentos” foram liberados no dia 5 deste mês na internet, além de revelar a capa escolhida para a obra. A coaching literária Renata Carvalho, de São Paulo, que trabalha ao lado da família na produção do livro, diz que “será uma homenagem ao autor”, sendo convidados apenas amigos próximos.
Renata afirma que, até esta segunda-feira (17), foram vendidos mais de 17 mil exemplares físicos do TAC. A versão em e-book tem data prevista de lançamento no dia 21 deste mês. Com a primeira tiragem de 20 mil cópias, a coaching acrescenta que mais exemplares devem ser produzidos a partir da próxima semana.
“A editora pretende criar rodas de leitura por todo o Brasil, a fim de divulgar as ideias do autor e a obra”, acrescenta Renata.
O livro traz uma metodologia para potencializar a absorção e criação do conhecimento. Uma das práticas seria o “isolamento” capaz de potencializar a espiritualidade e os órgãos sensoriais para gerar insights, os produtores do conhecimento.
Além dos 14 livros criptografados, alguns escritos nas paredes, teto e no chão do quarto da casa onde mora, na capital acreana, o estudante deixou uma estátua de aproximadamente dois metros do filósofo Giordano Bruno (1548-1600).
Amigo detidoEm maio, Marcelo Ferreira, de 22 anos, amigo de Bruno Borges, foi detido pela polícia pelo crime de falso testemunho. Na casa dele, a Polícia Civil encontrou dois contratos – um deles autenticado no dia do desaparecimento – que estabeleciam porcentagens de lucros com a venda dos livros.
Policiais encontraram móveis do quarto do estudante na casa de outro amigo, Márcio Gaiote, que também teria participado na logística. Gaiote foi comunicado, mas não compareceu à delegacia. Ele mora na Bahia, por isso, foi indiciado indiretamente por furto e falso testemunho.
MarketingDurante entrevista exclusiva ao Bom Dia Amazônia exibida no dia 3 deste mês, Ferreira contou que ajudou Bruno Borges a montar o quarto e sabia do projeto, porém, garantiu que não sabia que o jovem desapareceria e nem sabe o paradeiro do amigo.
Para a polícia, os contratos, e-mails e mensagens trocadas entre os amigos esclarecem o caso. O desaparecimento de Bruno foi parte de um plano para garantir a divulgação do trabalho dele, segundo alega o delegado responsável pelo caso, Alcino Sousa Júnior.
“Para a Polícia Civil, a gente encerra neste segundo momento, que é a comprovação de que não foi um homicídio, pelo menos não está comprovado. Não foi um sequestro, mas que se trata sim de uma vontade própria como já foi falado, onde existe um plano para divulgação das obras”, destacou o delegado.
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