Brasil
Justiça prorroga prisão de homem que estuprou enteada durante anos
Garota tem, atualmente, 14 anos. Em depoimento, mãe da vítima admitiu que sabia o que ocorria. Homem seguirá preso no CDP de São Vicente, SP
A Justiça Pública do Estado de São Paulo acatou os pedidos feitos pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, para que fosse prorrogado o tempo de prisão do homem, de 48 anos, suspeito de estuprar a própria enteada durante seis anos em São Vicente, no litoral de São Paulo. A vítima tem 14 anos e, segundo ela, os abusos ocorriam desde quando ela tinha 8. A mãe da adolescente sabia de tudo e alegou que era ameaçada pelo companheiro.
A situação foi relevada após a jovem contar o que estava acontecendo em um projeto social no bairro onde vivem. Uma testemunha acionou policiais militares que, em seguida, encaminharam a família para o plantão da Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos.
A informação do estupro, que ocorria há pelo menos seis anos, foi confirmada pela adolescente ao delegado Marcelo Gonçalves. Para ele, a jovem disse que o homem mantinha relações sexuais diárias com ela, na própria casa e em um motel - onde nunca foi solicitada a identidade dela. A mãe, de 29 anos, segundo a autoridade policial, demorou a admitir que sabia o que estava acontecendo dentro de casa e com a própria filha.
"O homem encarava tudo isso como 'algo normal'. Ele nos disse que era muito íntimo da menina, e que ela se insinuava desde pequena. Em todo o momento, ele fazia questão de dizer que não era um criminoso, que a enteada também desejava aquilo, e que havia consentimento", relatou o delegado.
A decisão, assinada pelo juiz Claudio Teixeira Villar, explica que a prisão preventiva do suspeito teve de ser decretada, já que o crime hediondo foi cometido dentro do ambiente doméstico, e a integridade da vítima e dos familiares deve ser preservada.
Antes da decisão, como não havia flagrante, o homem cumpriu prisão temporária, de cinco dias, na Cadeia Pública da cidade, para que, no entendimento da polícia, não houvesse comprometimento das investigações sobre o crime. Agora, ele permanecerá preso por mais 30 dias no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente.
O caso foi encaminhado à Delegacia da Mulher (DDM) de São Vicente, por onde a apuração dos fatos continuam. A vítima será submetida a acompanhamento médico e psicológico.
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