Saúde

Médico do HGE esclarece sobre os riscos da trombose

Doença já atingiu mais de 36 mil brasileiros só no 1º semestre deste ano

Por HGE 13/10/2025 14h27 - Atualizado em 13/10/2025 21h20
Médico do HGE esclarece sobre os riscos da trombose
Trombose ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas - Foto: Beatriz Castro / Ascom Sesau

Dia 13 de outubro é o Dia Mundial da Trombose. Responsável por acometer mais de 36 mil brasileiros no primeiro semestre deste ano, a doença ocorre, segundo explica o cirurgião vascular Bruno Veloso, que atua no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas.

Esse coágulo, conforme o especialista, bloqueia o fluxo de sangue e causa inchaço e dor na região afetada. O problema maior é quando um coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia. Uma embolia pode ficar presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves.

“A trombose venosa acomete mais os idosos, acamados, que fizeram algum procedimento cirúrgico recente e que não tem tanta mobilidade, deixando uma das pernas muito inchadas, causando dor na panturrilha, com risco de formar um trombo, que pode se deslocar e ir parar no pulmão. Já a arterial, acontece em pacientes idosos, tabagistas, hipertensos, diabéticos, na qual um trombo entope a artéria e o fluxo deixa de chegar nas extremidades, levando a possibilidade de o paciente ter alguma necrose, ferida e evoluir para a amputação do membro”, explica Bruno Veloso.





Prevenção


Contra esse mal, o cirurgião vascular do HGE ressalta que é necessário investir em hábitos saudáveis, como os check-ups regulares, a prática de atividade física, a dieta equilibrada, bem como a eliminação do tabagismo e de bebidas alcóolicas. Na identificação de um dos sintomas, a recomendação é procurar imediatamente atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima, ou qualquer outra unidade de saúde de urgência e emergência do município.

Caso a doença seja identificada, a Central Estadual de Regulação de Leitos será acionada para encaminhar o paciente até um hospital especializado, que conta com especialistas em cirurgia vascular para uma avaliação detalhada. Este foi o caso da dona de casa Josélia Gomes Pedrosa, de 60 anos, admitida no HGE com quadro de infecção urinária, mas, após exames investigatórios, foi descoberta uma trombose.

A notícia só não assustou mais a matriarca que reside no município de Marechal Deodoro, porque ela já iniciou imediatamente o tratamento na própria unidade. “Eu estou sendo medicada tanto para a infecção urinária como para a trombose. Eu não sabia que as dores na minha perna direita, que estava inchada e quente, eram causadas por essa doença. Mas, aqui mesmo estou recebendo o tratamento que preciso e sinto melhora. Eu agradeço aos médicos por terem descoberto essa doença no início, à Enfermagem pelo cuidado que está tendo comigo e a todos os outros servidores que mantêm esse hospital funcionando”, compartilhou Josélia.

Assim como ocorreu com a moradora de Marechal Deodoro, a trombose pode ser silenciosa, e até confundida com outras doenças. Por isso, reconhecer os sinais é essencial para combatê-la previamente. Os principais sintomas são dores intensas, inchaço, palidez ou vermelhidão, aumento da temperatura em regiões específicas do corpo e endurecimento da pele, que a torna mais sensível ao toque. Em casos mais graves, de provável embolia pulmonar ocasionada pela trombose, é possível sentir falta de ar, cansaço, dores no peito e sangramento ao tossir.

“Os pacientes submetidos a cirurgias de joelho, quadril e trauma (como fraturas) são os principais grupos de risco. Para fazer o diagnóstico, o médico fará, inicialmente, um exame clínico, com base nos sintomas que cada paciente apresentar e solicitará alguns exames, como a ultrassonografia, o exame de sangue, o Eco Color Doppler (ultrassom vascular) e a tomografia computadorizada. E no tratamento, existem medicamentos e outras formas de complementar o tratamento, sempre atendendo a necessidade do paciente”, explicou o diretor médico, Miqueias Damasceno.