Saúde

Hospital Universitário inicia distribuição de hormônios para pessoas trans

Serão distribuídos hormônios femininos e masculinos para pessoas atendidas pelo serviço

Por Wesley Prado / Ascom Ebserh 21/08/2025 09h57
Hospital Universitário inicia distribuição de hormônios para pessoas trans
Iniciativa busca atender a demanda de hormônios para quem passa pelo processo de transição de gênero - Foto: José Cícero / Pública

Inaugurado em agosto de 2021, o Espaço Trans do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU), vinculado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), deu início, esta semana, ao serviço de dispensação de hormônios para pessoas trans atendidas no setor. A iniciativa busca atender a demanda desses hormônios para quem passa pelo processo de transição de gênero.

“Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a expectativa de vida da população trans no Brasil é de 35 anos, em média. É um público que vive à margem da sociedade, com poucas oportunidades de emprego, escolaridade, moradia, etc. Facilitar esse acesso para a população trans via SUS, de forma gratuita, é importante pelos benefícios, tanto no perfil sociodemográfico como na saúde física e mental destas pessoas”, destaca a endocrinologista do Espaço Trans do HU, Izabelle Cahet.

A conquista desse serviço foi uma luta de usuários e usuárias trans de Alagoas, com apoio da Ufal e dos Ministérios Públicos Estadual e Federal. Para as mulheres trans e não binários com identidade feminina, será fornecido o valerato de estradiol 2 mg, e para homens trans e não binários com identidade masculina, o undecilato de testosterona 250 mg/mL. Para ter acesso aos hormônios, a orientação é procurar o Espaço Trans do HU, das 8h às 12h, às terças e quintas, tendo em mãos o cartão do Espaço Trans, receita médica atualizada e cartão SUS.

“Temos uma satisfação imensa de esse projeto ter tido origem na Universidade Federal de Alagoas, dentro do HU. O Hospital Universitário é um dos hospitais mais inclusivos de Alagoas, não apenas oferecendo a linha de cuidado trans, como também atendendo povos indígenas, e temos também movimentos negros atuando dentro do hospital. Queremos sempre atender as pessoas da melhor forma dentro da rede Ebserh, dentro do SUS. Acreditamos muito no serviço público de qualidade e é nosso papel tratarmos todos os públicos com equidade, com dignidade e sem preconceitos”, comentou o superintendente do HU, Célio Rodrigues.