Saúde

Sesau aumenta monitoramento de casos de Meningite após morte de bebê

Criança foi atendida duas vezes em UPA com sintomas da doença e acabou morrendo

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 05/01/2024 08h48 - Atualizado em 05/01/2024 09h24
Sesau aumenta monitoramento de casos de Meningite após morte de bebê
Ícaro Matteo, criança de 1 ano e 3 meses, morreu vítima de meningite em Arapiraca - Foto: Reprodução

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) monitora os casos de meningite em Alagoas de forma mais intensificada desde que o primeiro óbito causado pela doença foi registrado em 2024.

O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes, ressaltou que a Sesau tem acompanhado a situação de perto e prestado assistência técnica as gestões locais dos 102 municípios alagoanos.

“O Plano Estadual de Enfrentamento à Meningite segue em execução e os pacientes diagnosticados são rapidamente transferidos para unidades hospitalares de referência por meio da Central Estadual de Regulação de Leitos”, afirmou o secretário.

O primeiro óbito foi o de uma criança de um ano e três meses de idade, residente em Arapiraca, vítima de meningite pneumocócica (bacteriana), na última segunda-feira, 1º.

A Sesau esclareceu, por meio de nota, que o óbito do menor foi causado pela meningite pneumocócica, e reforçou que o Ministério da Saúde disponibiliza a vacina de forma gratuita para esse tipo de doença.

“O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece a vacina pneumocócica 10-valente (conjugada), com a primeira dose aos dois meses de vida, a segunda aos quatro meses e o reforço com um ano de idade”.

Ainda conforme a nota da Sesau, existem imunobiológicos disponíveis para outros tipos de meningites no calendário vacinal. São elas a BCG, que protege contra a meningite tuberculosa, a vacina meningocócica C (Conjugada) que protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C e a Pentavalente que protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, além da difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.

Também está disponível a Meningocócica ACWY (Conjugada) que imuniza contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A,C,W e Y.

Segundo o chefe de Gabinete de Combate às Doenças Infectocontagiosas da Sesau, infectologista Renee Oliveira, todos os anos são registrados casos de meningite bacteriana e que a erradicação não é possível.

“A recomendação inicial é a procura imediata de atendimento médico assim que os sintomas forem percebidos, além de se cumprir o esquema vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde, principalmente em crianças e adolescentes”, salientou.

Os sintomas da doença meningocócica são, conforme o médico, febre, mal-estar, vômitos, náuseas, dor de cabeça e rigidez na nuca, a ponto de não conseguir encostar o queixo no peito. A doença meningocócica pode ser transmitida através do contato com alimentos e água contaminados, na sua forma viral, e através da respiração, em sua variante bacteriana.

De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico, divulgado no último dia 2, Alagoas registrou 39 casos confirmados de doença meningocócica entre agosto de 2022 e o segundo dia janeiro de 2024. Deste total, 29 foram do Tipo B, e os outros 10 não identificados. Vale lembrar que a infecção se divide em três tipos: meningite meningocócica, meningococcemia e a meningite meningocócica com meningococcemia.

O maior número de casos ocorreu entre a faixa etária de 1 a 4 anos, com 17 registros. Entre agosto de 2022 e os primeiros dois dias deste ano, foram 15 óbitos decorrentes da infecção por doença meningocócica em Alagoas. Atualmente, não existem casos em investigação no Estado, conforme apontou último boletim.