Saúde

Câncer de mama ameaça mais 700 mulheres em AL

Chances de cura giram em torno de 95% quando doença é detectada de forma precoce, de acordo com especialistas

Por Valdete Calheiros / Colaboradora com Tribuna Independente 04/10/2023 07h35 - Atualizado em 04/10/2023 12h39
Câncer de mama ameaça mais 700 mulheres em AL
Exames de mamografia se mostram eficazes no diagnóstico da doença e devem ser feitos regularmente - Foto: Reprodução

O câncer de mama é o tipo mais comum em todo o mundo, representando cerca de um em cada três casos de carcinoma diagnosticados em mulheres no Brasil.

No Brasil, o câncer de mama só perde em incidência para o câncer de pele não melanoma.

Quando o câncer de mama é diagnosticado em estágios iniciais, as chances de cura são significativamente maiores, podendo superar 95%. A mamografia é o exame de rastreamento recomendado para mulheres a partir dos 40 anos, que ajuda a detectar tumores mamários antes que se tornem palpáveis.

Outubro rosa. A expressão é o mais conhecido sinal de alerta e conscientização das mulheres na luta contra o câncer de mama. Em Alagoas, a estimativa gira em torno de 700 novos casos até o final deste ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O estado ocupa a 20ª posição no ranking nacional das estatísticas sobre câncer de mama. Em todo o Brasil, de acordo com cálculos do Inca, a expectativa é de 73.610 novos casos da doença em 2023. O risco estimado é de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres.

O Inca trabalha com estimativas, isto porque, segundo o Instituto, como o câncer não é uma doença de notificação obrigatória, não existem dados de incidência.

O câncer de mama, quando descoberto precocemente, têm chances de cura em torno de 95%, explicou o mastologista João Aderbal ao chamar a atenção para a necessidade de acompanhamento regular e exames periódicos.

“Para que a mulher se acostume com as idas ao mastologista, a primeira consulta é indicada por volta dos 20 anos. Não para diagnosticar câncer de mama. Nessa faixa etária, a incidência é de menos de 2%. No entanto, ao procurar um mastologista desde cedo, a mulher cria o hábito de procurar consultas rotineiramente. Exames como a mamografia anual são recomendados a partir dos 40 anos”, detalhou João Aderbal ao completar que a periodicidade ao procurar o médico deve estar associada ao autocuidado, ao autoexame.

Segundo o mastologista, não dá para desligar o sinal de alerta: a tendência é de que os casos aumentem 25% na próxima década.

Este ano, a campanha Outubro Rosa 2023 da Sociedade Brasileira de Mastologia tem como tema “Juntos somos mais fortes”. Na avalição, do médico mastologista, nem todas as mulheres receberão o diagnóstico por não realizarem exames de rotina ou não procurarem assistência médica ao sinal de alterações nas mamas.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, toda mulher tem entre 10 a 12% de chance de desenvolver câncer de mama durante a vida. Por isso, a entidade recomenda que a partir dos 40 anos, as mulheres passem a fazer as primeiras e sucessivas mamografias anuais. Este é o exame essencial para o rastreamento de câncer de mama.

Os tipos de câncer de mama mais agressivos acontecem entre os 40 e 50 anos. Um levantamento, também validado pela Sociedade Brasileira de Mastologia, revela aumento do número de casos graves da doença entre mulheres com 70 anos de idade ou mais. Outro levantamento aponta uma situação contrastante, e não menos preocupante com relação ao “rejuvenescimento” da doença: a incidência do câncer de mama entre pacientes mais jovens. Segundo dados analisados pela SBM, há crescimento de população abaixo de 49 anos com diagnóstico de câncer de mama no Brasil.