Saúde

Nova subvariante do coronavírus deixa em alerta infectologistas

Percentual de pessoas imunizadas contra Covid-19 em Maceió e em Alagoas é menor do que recomenda o MS

Por Valdete Calheiros - colaboradora com Tribuna Independente 19/08/2023 09h25 - Atualizado em 19/08/2023 17h38
Nova subvariante do coronavírus deixa em alerta infectologistas
Número de pessoas imunizadas em Maceió e nos demais municípios de Alagoas não traz ainda um respiro aliviado contra a Covid-19 - Foto: Adailson Calheiros

A chegada ao Brasil da nova subvariante EG.5 do coronavírus, conhecida como Éris deixa em alerta os médicos infectologistas de Alagoas. Isto porque nem Maceió nem Alagoas como um todo atingiu o percentual de pessoas imunizadas contra a Covid-19 preconizado pelo Ministério da Saúde (MS). O ideal é uma cobertura vacinal de 90% do público-alvo.

O número de pessoas imunizadas em Maceió e nos demais municípios de Alagoas não traz ainda um respiro aliviado contra a Covid-19. O Estado imunizou 78,25% do total da população. Maceió atingiu a marca de 87,47% do total da população. Alagoas aplicou um total de 6.822.710 doses. Das quais 2.668.877 foram da primeira dose, 2.330.7569 da segunda dose e 6.423 da terceira dose. As demais foram doses únicas, de reforço ou ainda doses adicionais.

A primeira dose imunizou 78,25% do total da população. A segunda dose mais a dose única cobriu 69,78% pessoas. E a dose de reforço alcançou 37,75% cidadãos.

A estimativa da prefeitura de Maceió, através da Secretaria Municipal de Saúde é que 986.338 estão aptas a receber a vacina. Na capital Maceió, foram aplicadas um total de 2.328.146 doses. O que representa a imunização, na primeira dose, de 87,47% da população vacinável. O percentual de população vacinável totalmente imunizada é de 80,43%

A primeira dose foi aplicada em 862.822 pessoas. Receberam a segunda dose 793.364 pessoas. A terceira dose foi aplicada em 457.701 cidadãos. Um total de 214.249 foram imunizados também até a quarta dose.

Os dados sobre Alagoas foram extraídos do vacinômetro do Ministério da Saúde que compila os registros de todos os estados. Os números sobre a capital foram retirados da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió.

Para o Ministério da Saúde, são totalmente imunizadas as pessoas que tomaram a segunda dose ou a dose única de imunizantes, completando o esquema vacinal. A dose de reforço é uma dose aplicada após o esquema vacinal completo.

Ao atingir 90% do público-alvo com a vacinação, é alcançada a chamada imunidade de rebanho, método utilizado em todo o mundo para conter, por meio de vacinas, as doenças infectocontagiosas.

Na família do contador Arlindo Gomes, 45 anos, todos os membros receberam todas as doses recomendadas. São cinco pessoas. Ele, a esposa e três filhos. Todos em idade compatível com a do público-alvo. “Eu mesmo tomei todas as doses e se tiver mais, volto ao posto de saúde para receber mais vacinas”, contou.

“Colocar vacinação em dia é o único jeito de deter avanço do vírus”


O primeiro caso confirmado da nova subvariante do coronavírus foi registrado em uma paciente, de 71 anos, que não viajou nas últimas semanas. O que significa que a paciente pegou a subvariante dentro do país. Os primeiros sintomas aconteceram no final de julho.

Éris foi identificada pela primeira vez em fevereiro deste ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos Estados Unidos, a Éris se tornou a principal variante. Segundo especialistas, o surgimento de mutações pode gerar uma onda de novos casos de Covid-19.

O coordenador do Gabinete de Combate às Doenças Infecciosas da Secretaria de Estado da Saúde, médico infectologista Renee Oliveira fez um apelo à população.

“Agora mais do que nunca é hora de correr atrás da vacina e completar o esquema vacinal em sua totalidade. A vacina disponível no mercado contra a variante Ômicron serve para combater a Éris que é justamente uma nova sublinhagem da Ômicron. Além da vacinação, é importante manter os cuidados como lavar as mãos com álcool gel e usar máscaras ao manter um contato mais próximo”, ensinou Renee.

Para o médico infectologista Fernando Maia, já era esperado que a subvariante chegasse ao Brasil. “Era uma questão de tempo. A adesão à vacinação foi aquém do esperado. Muita gente ainda não se vacinou. E o único jeito de deter o avanço do vírus é colocando a vacinação em dia”, alertou.