Saúde

Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: atitude que pode ser grito de socorro, explica neuropsicóloga

Por Assessoria 08/09/2022 14h47
Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: atitude que pode ser grito de socorro, explica neuropsicóloga
Dra Leninha - Foto: Divulgação / MF Press Global

Em meio à campanha Setembro Amarelo, o mundo celebra também o Dia de Combate ao Suicídio, precisamente no dia 10 deste mês. Essa ameaça, ou atitude suicida, pode ser uma maneira de pedir socorro.

Um comportamento que ameace a vida, ou a tentativa de suicídio, pode ser uma forma de comunicação, um grito, um pedido de ajuda. Essa seria uma atitude extrema que pode sinalizar um estado de depressão extrema.

As declarações foram da neuropsicóloga Dra Roselene Espírito Santo Wagner. Para a doutora, a falta de equilíbrio emocional, falta de autoconfiança, falta de segurança e extrema solidão, vão criando pouco a pouco uma tensão interna que pode se transformar em medo, ou explosão de ira contra si ou contra outros.

“Uma tensão e insatisfação prolongada com a vida, produz um estado permanente de mau humor e total desvalorização com a sua própria existência, uma frieza afetiva, que extingue pouco a pouco todo o interesse da pessoa pelo mundo exterior e pela vida. Quanto mais forte as tentativas de domínio e controle sobre seus sentimentos e emoções negativas, mais marcadas são as atitudes precedentes e, diante disso, o estado de depressão pode finalmente levar a pessoa a tentativa de suicídio”, explicou.

Para a Dra Leninha, como é mais conhecida, manter essas questões em segredo, é carregar consigo uma “bala de prata”, para usar quando pensa não haver mais motivos para viver.

“Compartilhar tai momentos e pedir ajuda é o antídoto mais poderoso contra ideações, comportamento e tentativas de suicídio”, disse.

“A causa real de suicídio, deve frequentemente ser procurada nesta tensão emotiva interior, que se torna insuportável e para qual a pessoa não vê outra solução, a não ser matar o corpo para assim libertar a alma de tanta dor e sofrimento”, emendou.

Ela relatou ainda que esse comportamento configura, para quem o tem, uma solução definitiva para um problema transitório. “A vida é longa e dinâmica, há muitas saídas para um mesmo problema. Se a pessoa em questão, não consegue enxergar uma solução, deve buscar por ajuda profissional, para ampliar sua visão e encontrar solução para as adversidades da vida”, aconselhou.

Leninha apontou ainda que dificuldade financeiras, rejeições amorosas, término de relacionamentos, doenças terminais, são fatores de prevalência para morte por suicídio.

Segundo ela, os obstáculos naturais da vida, as insatisfações dos desejos pessoais, sentimentos de insuficiência ou falta de importância ou pertença, as mudanças e dificuldades de adaptação às novas fases da vida e novos ambientes, levam as pessoas a quadros de depressão e ansiedade, acarretando ideias, planejamento, comportamento e ações suicidas.

“Em hipótese alguma a pessoa deve recorrer ao uso de álcool, tabaco e substâncias psicotrópicas, na tentativa de fugir da realidade, buscando fantasiosamente paraísos artificiais que a levam a experimentar um prazer falso e imediato, mas que escondem perdas reais e de longo prazo”, alertou.

Para a especialista, “quando a pessoa sentir que está perdendo o controle de si e da própria vida, que tem comportamentos disfuncionais, sentimento de derrota e falta de motivação, a solução é pedir socorro. Fale com um familiar, uma pessoa de confiança, um amigo, busque ajuda profissional. A vida é um bem precioso e se for ceifada, é retirada de nós toda possibilidade de recomeçar de outra e melhor forma”.

Conforme Dra Leninha, “a cada nova fase da vida, caberá também uma nova rotina, é preciso não parar no tempo, fixando uma fase que já não nos atende mais”.

“A vida é movimento constante e novas adaptações se fazem necessárias para encerrarmos uma etapa e abrirmos novos ciclos. Para tanto, busque ajuda quando não conseguir prospectar a saída de um momento negativo”, falou.

Ainda conforme a especialista, às regras básicas para uma vida funcional e saudável são:

1- Sono fisiológico e noturno;

2- Cuidado com a alimentação;

3- Estudo e trabalho;


4- Atividade física;

5- Lazer e diversão.


“Se você precisar de ajuda, peça!

Temos hoje no Brasil o CVV- Centro de Valorização a Vida, ligue 188”, finalizou.

Sobre Dra Roselene Espírito Santo Wagner

Também conhecida como Dra. Leninha, é Ph.D em Neurociências, Dra em Psicologia, Mestre em Psicanálise e Neuropsicóloga especialista no tratamento de diversos transtornos, além de ser habilitada para aplicação de testes psicométricos reconhecidos mundialmente.

Dra. Leninha tem participação em diversos programas de rádio e televisão, assim como periódicos e revistas nacionais e internacionais.